CAPÍTULO 4. Vida
Ele volta um pouco corre e pula para a sua
morte. A queda é certa. É o fim de Diogo Rafael. Mas outra pessoa também pula,
e pula sobre o corpo do rapaz o impedindo de cair. Chega mais alguém e o puxa
pela perna. Essas duas pessoas salvam Diogo e tentam tira-lo daquele lugar tão
perigoso.
Ao perceber que sua
tentativa havia falhado ele tenta desesperadamente voltar para o abismo, mas as
duas pessoas continuam puxando-o para longe. Diogo nem tenta saber quem são seus
salvadores. Ele nota que ambos usam o uniforme da sua escola. Mas ele apenas
quer voltar para onde realmente importava para ele no momento. O abismo no qual
ele definitivamente tiraria a vida_ Me solta! Me Solta me deixa morrer em paz!!
Porem os heróis está determinado
a salvar o rapaz:
_Não vamos te soltar.
Você não pode fazer isso! Não pode se matar.=- Responde o segundo a chegar que
era o menor.
_Ninguém se importa
comigo, por que isso importaria pra você. Retruca Diogo.
_Somos seus amigos. E
você é especial. Responde o mesmo de novo
_Eu.. Eu não tenho
amigos. Fala Diogo. Deixa-me morrer em paz.
Nesse momento o que
permanecera calado o solta. Menor se desespera por saber que não daria conta
sozinha:
_Não, LV, não solta
ele!
Finalmente Diogo se dá
conta de quem são os seus salvadores. Eram os esquisitos que sentavam no fundo
da sala. Então Diogo fala:
_Vocês? Por que me
impediram de pular? Por que não me deixam em paz?
O mais velho abre
então sua mochila que sempre levava nas costas e tira de lá o seu estranho coelho
roxo. Antes que alguém consiga pensar em alguma coisa ele lança o coelho na
cara de Diogo e um movimento tão rápido e violento que o rapaz desmaia na mesma
hora. O rapazinho mais novo se assusta. Mas o outro faz um sinal de que
deveriam sair logo dali. Então os dois carregam Diogo do lugar e om levam para
uma velha casa abandonada ali perto.
A pancada devia ter
sido realmente muito forte, pois o garoto mais velho resolve assim que chegam
ao tal local verificar os pontos vitais de Diogo. Eles não queriam matar com
uma pancada a pessoa que eles haviam acabado de salvar. Então os dois estranhos
rapazes deitam Diogo em um sofá velho da casa abandonada e sentam-se aguardando
o despertar do infortunado suicida. Enquanto isso não o corre os dois continuam
conversando sobre assuntos que Diogo só viria a entender muito depois. LV
falava que existia uma grande concentração de poder naquela sala.
Diogo começa a
recobrar a consciência e abre os olhos bem lentamente enquanto escuta a
conversa quase ininteligível dos dois “esquisitos”.
_Olha LV ele está
acordando
_Já era hora faz quase
15 minutos que eu o nocauteei
Diogo dá um pulo
assustado e grita:
_Ai meu Deus, o que
vocês querem de mim? Vocês são bandidos sociopatas e estão querendo me
esquartejar e usar os pedaços para fazer rituais satânicos, não é? Fala se
escondendo atrás do sofá
_ora, por favor, se te
quiséssemos em pedaços teria sido bem mais fácil deixar você cair no penhasco.
Fala o mais velho de forma meio irônica.
_Penhasco? Que
penhasco? Do que você tá falando?
Diogo ainda esta
atordoado com o que houve e não consegue raciocinar direito
_Você ia pular do
penhasco não se lembra? Fala o mais novo em tom mais suave
Diogo finalmente
começa a recobrar os acontecimentos. Ele realmente estava fora de si, ou jamais
teria chegado tão perto daquele assustador penhasco onde pretendia se matar. Ele
vai até a janela e confere onde estava. Só de olhar pro penhasco, ele passa mal
e cai no chão. Ele realmente tinha tentado se matar, não era um pesadelo. O que
significava também que a experiência com o medico não fora só um sonho. A vida
dele estava arruinada.
_Você recobrou a
consciência agora. Que bom. Fala o mais velho. Achei demoraria muito pra isso acontecer.
Você é mesmo muito lento.
_Não fala assim LV.
_LV? Esse é o seu
nome? Au! O que você tem dentro daquele coelho estranho? Chumbo? Fala colocando
a mão no rosto agora mais vermelho e dolorido também.
_Não, mas tem algumas
pedras preciosas nele. Devem ser igualmente duras. O meu nome na verdade é
Elivelton, mas todo mundo me chama de LV. Cortesia do meu amigo Connor.
_Connor e LV os
esquisit... Digo... Os garotos que sentam nos fundos.
_Sim e você é o Diogo
Rafael. Fala Connor, o mais novo.
_É sim. Como sabe o
meu nome? Pensei que ninguém se importasse e...
_Nós sabemos tudo sobre
você e...
Connor é interrompido
por LV. Esse começa a analisar o rosto de Diogo o encarando bem de perto,
depois ele coloca os dedos nos olhos do rapaz e os arreganha. Também vira a
cabeça e toca nas orelhas de Diogo que eram um pouquinho grandes também. Ele
faz Diogo virar de costas e começa a apalpá-lo, mas é interrompido quando suas
mãos vão até o traseiro do assustado rapaz:
_Ei qual é? Tá me estranhando?
Fala Diogo se afastando apressurada mente.
_Calma ele só tava te
examinando. Fala Connor.
_Que examinando oque?
Por acaso ele é médico agora? Isso pra mim é viadagem pura. Fala Diogo ainda se
afastando.
__bem, os olhos e
orelhas dele se parecem bastante com as do Junior e, ao julgar pelo caso do
relógio também confirma a minha teoria.
_Ãh? Do que diabos
você tá falando. Diogo não consegue entender.
_Você é especial Diogo.
É um de nós! Fala Connor.
_Como assim um de
vocês? Um esquisito? Digo...
_Não se preocupe
sabemos que esse é o titulo que vocês nos deram na sala. Isso não é relevante.
O que importa mesmo é o seu poder. Você tem potencial. Reforça LV.
Ao ouvir essas coisas
estranhas Diogo começa a ficar receoso sobre o que vai lhe acontecer. Parece
que os dois garotos eram malucos e que talvez o tivesse salvado para mata-lo
aos poucos em uma espécie de tortura psicótica. Será que ele tinha virado refém
dos dois esquisitos? Aquilo poderia ficar muito perigoso. Quem sabe que tipo e
coisas esquisitas os dois garotos seriam capazes de fazer com ele. Ele pensa em
fugir, mas ao olhar de longe o penhasco, ele volta a temer por sua vida. E
agora o que escolher? Uma morte assustadora e rápida, ou uma estranha longa e
dolorosa? Pensa ele.
_Não queremos te machucar,
não seja estúpido. Fala LV com um tom mais forte dessa vez. Ele estava
começando a se irritar com a desconfiança de Diogo. Parecia até que podia ler
seus pensamentos. Isso obviamente deixa Diogo mais tenso e assustado.
_O que vocês querem
então? Eu não tenho nada. Não sou rico, nem popular, muito menos bonito.
Ninguém vai querer comprar partes do meu corpo.
Nesse momento Diogo
sente uma sensação estranha, como se o mundo tivesse parado, Um misto de
dormência, medo, angustia e duvida. Ele olha a seu redor e até tem a impressão
de que as cores do mundo estão mais escuras ou pálidas. Ele tenta falar, mas a
sua voz não sai. Tenta se mover, mas algo o prende ao chão. LV se direciona até
ele com uma expressão pouco amigável. Agora Connor esta parado atônito e para
Diogo agora só resta esperar pelo pior. A morte parecia realmente se aproximar
dele agora. Talvez ele estivesse sentindo menos medo se tivesse corrido pro
penhasco e, pulado de uma vez. Ele espantado pensa que aquele seria o tipo de
tortura que passaria pelo resto da vida:
_Como posso ser tão
azarado a ponto de não poder escolher uma morte rápida e indolor.. Pensa o
pobre rapaz. Porém antes de encostar no rapaz LV desaparece e depois reaparece
no ponto inicial ao lado de Connor e com uma expressão feliz. Diogo não
consegue entender o que se passa e, LV faz sinais com as mãos (parecido com os
sinais de libras) Dos quais parecem surgir magicamente imagens maravilhosas de
paisagens realmente lindas que existiam no mundo e que Diogo costumava ver em
quadros livros ou na TV. Lugares lindos que ele adoraria poder visitar um dia.
Agora as cores do mundo pareciam muito mais brilhantes. Connor se afasta e LV
movimenta os lábios como se fosse falar algo:
_Acorda!
Diogo nesse momento
abre os olhos (pois parecia estar despertando de novo) e percebe que tudo a sua
volta continua igual como se nada tivesse acontecido, e ele termina a frase que
já havia pronunciado. Ou pelo menos achava que tinha:
_ “... Ninguém vai
querer comprar partes do meu corpo.”.
Algo extremamente
estranho havia acontecido. Diogo não sabia o que, mas realmente acontecera algo
naqueles poucos segundos. Algo que ele tinha a impressão de já ter visto em seu
sonho. Na verdade algo que ele tinha certeza de que já vivenciara. Quem era
aquele estranho garoto? O que realmente estava acontecendo?
_O que é você?
Pergunta Diogo.
_Sou Elivelton. Assim
como você tenho 15 anos e sou muito especial.
_Que especial o quê?
Eu sou o cara mais azarado que existe sobre a
faca da terra. Não tenho amigos, namorada, nem mesmo tenho ambições. Sou
perseguido por quem desprezo e ignorado por quem procuro a atenção. Eu
realmente me sinto a escoria da humanidade.
_Você não é a escória.
Você é um diferencial. Pode fazer muitas coisas pelos outros à sua volta.
_Não eu não posso
fazer nada LV.
_Por que está dizendo
isso?
_Vou ficar cego.
Nesse momento Connor
que se manterá afastado se aproxima dos dois com uma expressão meio triste meio
feliz. Era realmente muito difícil definir o que aqueles dois garotos pensavam.
Connor fala:
_Por isso você tentou
se matar?
Diogo chora e desabafa
seus sentimentos para aqueles dois esquisitos estranhos que até então jamais
pensou que seriam seus amigos. E muito menos jamais tinha imaginado desabafar
algo tão intimo com eles. Diogo nem mesmo sabia como encarar o irmão e Contar
sobre aquela situação. Ele tinha pavor de ser visto pelos outros como “coitadinho”.
Não ser ninguém é muito melhor do que ser alguém totalmente dependente. Se ele
estava só. Quem cuidaria dele? Ele se tornaria ainda mais dependente do irmão,
pois ninguém mais liga se ele existe ou não.
_Ser cego é a pior
coisa que poderia me acontecer. Eu jamais iria suportar isso. Eu não poderia ler
escrever, pintar. È a única coisa de boa que resta na minha vida. O mundo que
eu sonho é o único mundo em que vejo alegria. Além de sonhar Eu preciso ver pra
sentir essa alegria.
LV dá um sorriso e
vira um pouco pro lado. Novamente Diogo sente como se pudesse ver lindas
paisagens, nas quais sempre sonhou passar/ conhecer algum dia. Ele finalmente
entende. LV estava fazendo aquilo.
Diogo não sabia como,
mas LV podia passar aquela paz. Ele podia trazer aquelas imagens a tona. Quanto
Diogo tenta falar, as coisas desaparecem e tudo volta ao normal. .Parecia que
aquele ambiente de calmaria se quebrava ao passar o menor ruído.
_Como você fez isso?
_Da mesma forma que
você moveu os relógios do colégio e alterou a hora deles. Da mesma forma que
você salvou um dia um rapaz de ser esmagado por uma barra de ferro nem uma
construção. Da mesma forma que você fez para não ser atropelado hoje. Com o
poder da minha mente
_ Hã? Do que você está
falando?
_Você tem um misto de
telecinese com vidência. É um dom muito comum, mas vejo um grande potencial em você.
Não é como os outros que conheci. Parece que você consegue concentrar bastante
energia do “outro mundo”. Isso te dá grande vantagem e poder desproporcional.
Se trabalharmos bem, você vai realizar coisas fantásticas com o seu dom.
_Ãh??
Connor vem ajudar:
_Provavelmente você
não percebeu ainda. Mas com esse seu dom você pode ajudar as pessoas. Evitar
acidentes, prever catástrofes. Ajudar as pessoas que realmente precisam e ajuda.
Os pobres, os humildes os excepcionais e, claro pode ajudar sua família e
amigos e pessoas mais próximas também.
_Cara, do que vocês
estão falando? Nada do que vocês dizem faz sentido. Querem me deixar mais louco
do que já estou? Já não basta o dia horrível que passei hoje.
Connor toca de leve em
Diogo e ele começa a ver uma sessão de acontecimentos estranhos em que ele
havia se envolvido. Alguns desses acontecimentos tinham se passado uma semana
atrás quando ele e o irmão viajaram pra passar o fim de semana com os avós na
fazenda. Ele lembra que alertou os avós sobre um touro que fugiria e também ao
irmão sobre alguém que estava se afogando. Estranhamente Diogo tinha a sensação
de que ele é que deveria ter se afogado. Depois ele começa a ver passagens do
seu sonho repetitivo e por último se vê no dia de hoje. Afastando carros
bicicletas pessoas e objetos que poderiam tê-lo ferido gravemente, apenas com o
poder da mente. Connor se afasta e Diogo mais uma vez fica atônito olhando para
os dois estranhos garotos
_Consegue entender
melhor agora? Pergunta LV
_O que aconteceu
agora? Assusta-se Diogo.
_Connor é o nosso catalizador,
ele meio que amplia os dons que estão escondidos nas pessoas ou os revela
quando eles existem.
Diogo não conseguia
entender nada. Era loucura de mais. Como aquilo tudo poderia estar acontecendo?
E mais, como eles sabiam que Diogo tinha se envolvido em tais coisas? Como eles
sabiam que ele era “especial”. Diogo não se achava especial. Ele apenas
conseguia evitar todas aquelas coisas por que sempre fora muito azarado e devia
sempre se precaver para que não lhe ocorresse um acidente grave. Era isso. Ele
só era um azarado precavido.
Mas tocar aquele
garoto foi estranho. Ele passou a sentir duvidas sobre isso. Seria mesmo verdade?
Será que ele era mesmo um tipo de vidente ou super-herói? Tudo aquilo confundia
bastante o rapaz. Por um momento ele pensa que ter poderes mágicos pudesse
ajuda-lo a ter uma vida social melhor, talvez ele ate pudesse conseguir
dinheiro com isso.
_Não Você não vai
ficar rico explorando o seu dom. Muitos tentaram e acabaram loucos ou sem dom
nenhum. LV fala interrompendo o raciocínio de Diogo.
_Você consegue ler
meus pensamentos. Pergunta Diogo
_Na verdade não, mas
meu dom tem há ver com emoções e com a mente humana. Não é muito difícil pra mim,
deduzir o que as pessoas estão pensando.
_Queremos te ajudar a
desenvolver esse seu dom. Interrompe Connor. Não gostaria de poder ajudar mais
pessoas com ele?
_Bem sim, mas eu logo ficarei
cego.
_E daí? Eu logo
estarei morto. Fala LV
_Ãh? O que você disse?
Retruca Diogo. Mas LV sai por um instante.
_O LV tem uma doença,
é um tipo de câncer muito raro. Em mais ou menos um ano ele pode acabar morrendo.
O LV não gosta muito de falar sobre isso. Pra ele o mais importante é viver o
agora. Ele quer ajudar o mundo a melhorar de alguma forma, por isso ele usa seu
dom para achar pessoas especiais. Especiais como você. Com grande potencial de
se tornar um instrumento poderoso pra apoiar as pessoas mais fracasse protege-las
dos males do mundo. Por isso ele decidiu lutar ate o ultimo momento. Por isso
ele não vai desistir de viver. Por isso nos te salvamos hoje. Você é muito
especial para nós.
Ao ouvir a historia
comovente de LV Diogo fica pensativo. Ele ainda não se acostumara com a ideia
de ficar cego um dia, mas também percebera que tinha pessoas no mundo com
problemas semelhantes, mas que não dessistiaram de viver. Seus olhos ficam um
pouco lacrimejados. Ele finalmente chora e desabafa:
_Não quero ficar cego!
Ao falar isso Diogo abraça Connor e uma série de coisas começa a vir em sua
mente ao mesmo tempo. Ele vê pessoas que não conhece uma moça que o beija se vê
em um lugar deserto, depois começa a ver palavras e mais uma vez vê imagens
daquele seu sonho repetido. E em uma dessas imagens ele reconhece o rosto do
irmão. Seu irmão esta correndo um serio perigo, porem ele não sabe que perigo é
esse, ele só sente isso. No susto ele solta Connor e voltasse um pouco pra trás.
Ele tem certeza de que algo ruim vai acontecer com seu irmão se ele não
impedir.
Um perigo iminente estava
para acontecer. Algo assustadoramente claro na mente do jovem Diogo. Agora não
era só o azar que o perseguia, não era só um pensamento. Era uma certeza de que
algo iria acontecer. Ele não achava! Ele não pensava! Ele realmente sabia que
isso iria acontecer!!!!Era uma certeza tão clara quanto a que ele tinha de que
o céu era azul.
Diogo corre desesperadamente para o local onde
havia visto seu irmão em sua inesperada visão. Desesperadamente ele corre sem
nem pensar no que iria fazer pra ajudar. Sem nem mesmo pensar se seria possível
ou não evitar aquele triste acidente prestes a acontecer. Ele corre de uma
forma tão louca que nem mesmo sabe se está indo na direção certa. Mas seu
desejo de salvar o irmão parecia tão grande que ele de alguma forma conseguiu
chegar ao local desejado. O rapaz não lembra como chegou lá, mas ao avistar o
local vê seu irmão parado em seu posto no lugar onde trabalhava de segurança,
ele sente alivio em ver seu irmão ali, passando bem, respirando, até parecendo
sorrir enquanto conversava com um colega de trabalho. Acho que Diogo nunca
havia se sentido tão feliz em ver seu irmão.
Que alivio enorme ele sentiu. Ele estava
totalmente errado. Aqueles dois garotos realmente deviam ser loucos. Ele sente
um gosto amargo na garganta com o sentimento de perda do irmão. Aquilo que ele
tinha de mais valioso na vida. Só então ele se toca do quão duro é perder
alguém que ama. Ele se lembra do que sentiu ao perder sua mãe. Talvez seu irmão
fosse passar por tudo aquilo de novo se viesse a perdê-lo.com certeza seu irmão
sofreria bastante com essa perda. Ele tinha absoluta certeza do genuíno amor
que seu irmão por ele sentia. Ele tinha tomado uma decisão estupida, impensada
e insensata que realmente poderia afetar e muito a vida de outra pessoa. O que
ele fizesse consigo mesmo também afetaria ao seu irmão. Quão estupido ele tinha
sido. Quão egoísta. Mas que grande alivio poder ver seu irmão ali. Saudável,
seguro, intacto.
Diogo Rafael se senta
no chão exausto por toda a correria. D e desfalece quase apagando totalmente e
fica parado apenas contemplando q a imagem do irmão, como se fosse uma pintura
linda e estonteante , ou uma das suas próprias pinturas que tanto amava fazer.
E fica ali parado como se mais nada existisse a sua volta. Parado em um
silencio eterno.
Porem o silêncio é
quebrado. Com um barulho ensurdecedor, Uma freada e um carro é ouvido junto com
as fortes batidas do coração de Diogo. Diogo vê seu irmão sendo atropelado. Ele
vê o sangue escorrendo sobre o corpo imóvel do irmão e deformado devido à
pancada e o impacto causado pelo veiculo destrambelhado. Ele vê o irmão no chão
frágil e imobilizado, cuspindo sangue e respirando com dificuldade e enquanto
as pessoas assustadas se dirigem a sua direção. Ele vê aquele pesadelo se
tornar real. No desespero ele dá um grito ensurdecedor.
Ao dar esse grito
porem algo acontece. Parece que ele consegue voltar no tempo. Parece que tudo
aquilo realmente não havia acontecido de verdade. O irmão dele o vê gritando e,
assustado vai em outra direção, quando o carro passa freando e bate em um poste
do lado e o irmão dele não é atingido.
Diogo fica assustado
sem entender direito o que aconteceu. Seu irmão corre em auxilio do motorista.
Nesse instante Diogo vira a cabeça e vê ao seu lado os dois mistérios garotos
de novo. Como se tivessem surgido do nada.
Após ajudar o
motorista a sair do carro e deixa-lo a cuidados do deu companheiro de emprego
Ronaldo corre ate seu irmão e começa a repreendê-lo:
_O que você tá fazendo
aqui? Você deveria estar em casa agora. Não vê o que aconteceu? Você poderia
ter morrido.
_Não Eu achei que você
é que fosse morrer
_Olha, eu tenho que
ajudar aquele cara do acidente, enquanto a você volta pra casa agora, mesmo.
Ronaldo volta pro
lugar do acidente e, deixa o irmão com sua contestação entalada na garganta.
Diogo olha para os dois garotos a seu lado e depois pra o seu irmão que
continua fazendo sinal para que Diogo vá embora.
Diogo finalmente cede ao
pedido do irmão e vai embora ainda desnorteado. Eles seguem juntos ate certa
parte do caminho de volta, mas depois se despedem sem ao menos trocar meia
palavra. Eles apenas se olham como quem diz: _Eu te avisei. Então Diogo segue
seu caminho de volta pra casa e cai na cama sem forças pra nada.