terça-feira, 23 de julho de 2019

"A Linda Traficante, de Capuz Vermelho."

"A Linda Traficante, de Capuz Vermelho."




NARRADOR : Era uma vez, uma bela moça chamada LORETA. Ela era linda de rosto (PAUSA) e boa de PERNAS... Pois andava muito a coitada...
   Loreta morava só com sua mãe, em uma casa humilde no meio do gueto. Como parente tinha apenas sua vó; que quando jovem largara o marido pra viver com uma madame rica no centro da cidade.
   A  jovem era muito conhecida na cidade em que vivia. Não só por sua beleza, mas também, pelos seus trajes recatados e desenvoltura.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Cinderela Mórmon. CAPÍTULO I - Conto De Fadas

Cinderela Mórmon
                             
CAPÍTULO I - Conto De Fadas

“Era uma vez uma linda jovenzinha chamada Cinderela. Ela vivia com sua madrasta e suas duas irmãs. Porém essas a tratavam muito mal e faziam a pobre moça de empregada. Um dia teve um baile no castelo e todas as moças foram convidadas, pois o príncipe iria escolher uma delas para ser sua esposa...
Cinderela conseguiu um lindo vestido com sua fada madrinha e o príncipe se apaixonou por ela. Porém a jovem precisava voltar pra casa á meia noite. Na pressa ela acaba deixando pra trás seu sapatinho de cristal. E graças a ele o príncipe consegue encontrar sua amada. Eles se casam e ficam felizes para sempre.”.

  Esse é o resumo do conto de fadas preferido de Cindy. Cindy é uma jovem de 16 anos. Ela sempre gostou de conto de fadas, especialmente por que todos eles acabam da mesma forma. Ou seja, os “mocinhos” acabam felizes para sempre. Ela realmente acreditava que as pessoas podiam se casar e viverem felizes para sempre.
  Cindy é membro de A Igreja De Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e sempre lhe foi ensinado que as famílias foram criadas para serem eternas. Ou seja, nem mesmo a morte poderia jamais desatar os laços familiares. Que um dia quando ressuscitasse para viver ao lado de Deus e de Jesus Cristo, ela estaria com seus pais e, eles ainda seriam uma família. Ela sempre creu que não estaria nesse mundo pra ter sua família apenas por um momento. Não. Certamente o plano de Deus não era esse. Deus criou as famílias para serem eternas. Ela sabia que o: “Felizes para Sempre" não era só um conto de fadas. Ia, além disso. Era algo real. Que ela desejava de todo o coração.
  Mas Cindy tinha uma paixão ainda maior pelo conto já dito. Na verdade seu próprio nome tinha sido dado em homenagem a esse conto. Sua mãe ,assim como Cindy, era uma sonhadora e, amava contos de fadas tanto quanto ela. O nome Cindy era homenagem a Cinderela.
  Sua mãe se chamava Mary Claire e seu pai John Neil. A vida deles também parecia um conto de fadas. Só que nesse caso John Neil era o PLEBEU que casara com a menina rica. Eles eram jovens e muito bonitos, assim como Cindy o era. E tinham um casamento perfeito à vista de todos. Nunca foram vistos brigando, e nunca foram vistos separados em nenhum evento importante (ou não). Sempre estavam felizes, sorridentes, bem humorados, bem vestidos... Nunca foram vistos por ninguém, nem mesmo tendo aquelas pequenas discursões típicas de todo casal jovem. Sempre impecáveis. Eram o exemplo perfeito de como um casal deveria se portar perante a sociedade e o mundo. Cindy tinha muito orgulho deles. Eles lutaram pra ficar juntos e, conseguiram alicerçar o casamento perfeito. Cindy sonhava mais do que tudo poder casar e ser selada e Feliz pra eternidade, assim como seus pais.
   Cindy sempre viveu uma vida confortável. Sempre esteve rodeada de pessoas tementes a Deus. Pessoas que eram humildes pra reconhecer que deviam sempre estar lutando pra se tornarem pessoas melhores. Na verdade quase todo o seu circulo de amigos eram membros da Igreja de Jesus cristo, ou tinham alguma ligação com ela. Seus pais haviam se casado logo após a conversão de John Neil, e Cindy havia nascido dentro do convênio. Ou seja, nasceu como membro da Igreja de Cristo e, sempre vivera de acordo com os ensinamentos que lá aprendia. Cindy amava a igreja e todos os ensinamentos. Ela sempre viveu padrões elevados. Sempre usou roupas recatadas e uma linguagem limpa. Nunca chamou a atenção para seu corpo, ou se quer falara qualquer coisa que ofendesse as outras pessoas ou pudesse fazê-las pensar coisas ruins sobre ela.
  Sempre fora uma jovem prestativa, educada, inteligente nunca se negara a ajudar quem estivesse precisando de ajuda. Cindy também era um exemplo de como uma moça deveria ser. E por ser muito humilde, sempre agradecia isso ao Senhor, e também aos professores e lideres da igreja, pois, segundo ela, eles a haviam moldado. A igreja a havia ensinado a ser tudo que ela era.
   Uma moça assim obviamente sempre estava rodeada de amigos e admiradores. Os quais também se esforçavam pra ser como ela era. Ela porem sempre os lembrava de que eles não deveriam ser como ela, mas sim, que deviam se esforçar pra ser como Jesus cristo é. Ela realmente amava o salvador Jesus Cristo. Seu maior sonho era ser digna de poder um dia casar no templo e ser selada para a Eternidade com um bom rapaz. Um bom Homem.
Na igreja os jovens eram aconselhados a namorar apenas quando atingissem a idade de 16 anos. Quando começariam a realmente tomar atitudes responsáveis. Cindy apesar de quase estar completando 17 ainda não havia namorado com ninguém, ela estava esperando alguém especial. E apesar de ter tantos pretendentes ela ainda não havia encontrado o rapaz que ela procurava, ainda não havia sentindo “a magia.”.
Seus melhores amigos eram: Bianca de 16, uma jovem rica que às vezes agia impulsivamente. Mas que era uma boa moça também. Fátima, também com 16. Havia sido batizada na igreja há bem pouco tempo, mas também estava vivendo sua vida de acordo com os padrões aprendidos lá. Fátima era uma jovem tímida, mas assim como Cindy sempre estava disposta a fazer de tudo pra ajudar o seu próximo. E Samuel de 17, que na verdade estava prestes a completar 18. Mas era tão baixinho e tinha o rosto tão infantil que a maioria das pessoas achava que ele era só um garotinho de 12 ou 13 anos. As meninas o achavam muito fofo e o chamavam de bebê às vezes. Isso o deixava bastante frustrado às vezes.
Naquele sábado estava tento uma mutual na igreja. Uma espécie de atividade onde os jovens se reuniam, brincavam, liam escrituras e se divertiam de uma forma bem saldável. Geralmente eles sempre tinham essas atividades aos sábados. Eles já estavam se preparando pra se despedirem e voltarem pra suas casas. Sempre que faziam essas atividades eles começavam e terminavam com uma oração. Na verdade tudo na igreja era feito dessa forma, começando e terminando com uma oração.
Após o termino da mutual, Samuel corre e toca a campainha que eles costumavam usar no domingo pra anunciar o termino das aulas e pra que não tivessem atrasos.
_Peim! Peim! Peeeeeim!!! Soa a campainha. Um dos garotos que estavam na mutual o repreende brincando:
_Ha, há, há... Tinha que ser acriança da turma. Você não tem mais idade de ficar brincando de tocar campainha não moleque, Hahaha...
_Ah tá muito engraçado. Tô morrendo de rir! Fala Samuel irritado
Chega Bianca e se intromete na conversa. Na verdade ela coloca mais lenha na fogueira.
_Calma, bebê, não se importe com o que esse menino mau esta dizendo. Você pode brincar do que você quiser tá bom, neném?
_Para de me chamar de bebê. Caso você não saiba eu completo 18 daqui a 15 dias. Sou bem mais velho que você
_Haha é tão velho e ainda não tem nem bigode. Continua o outro rapaz.
Mas Cindy chega e acaba com a zoação:
_Gente, parem de encher o Samuca.
_Viu só? Pelo menos a Cindy ainda me respeita. Ela não acha que sou nenhum bebê. Não é mesmo Cindy? Você acha que eu pareço mais maduro?
_Na verdade não. Fala Cindy meio encabulada.
_Não??!! Assusta-se Samuel.
É que na verdade você é mesmo tão fofinho que parece um bebê. Mas não é legal eles ficarem te zoando se sabem que você não gosta disso. Responde ela de maneira educada e com um sorriso. Mas na verdade aquele sorriso tinha sido decepcionante para ele.
Samuel nutria uma paixão por Cindy desde que eram crianças de 8 e 9 anos. Eles sempre foram muito amigos, sempre estavam abraçados e trocando beijos no rosto. Mas sempre eram carinhos fraternais. Infelismente para Samuel. Ou Samuca como era chamado, eles não passavam de grandes amigos. Eles eram os melhores amigos. Estavam sempre juntos. Pra Cindy eles eram como irmãos.
Cindy era muito popular e muito paquerada pelos meninos da igreja. Mas ela nunca se interessou por nenhum deles. Todos podiam ser lindos e fofos pra ele mais nenhum deles fazia seu coração bater mais acelerado. E ela romântica como era, precisava sentir isso por um garoto. Seu príncipe encantado daria seu coração bater acelerado, como nos contos que ela lia. Faria ela sentir a magia .O jovem rapaz até já havia se declarado pra ela algumas vezes , mas ela  nunca o levava a serio . Ele era tão fofinho quem nem devia saber oque estava falando direito. Ele sempre falava coisas como:
_Você é a maior gatinha da igreja, não da cidade, do mundo, você é a garota mais incrível que existe na face da terra. Cindy sempre ficava comovida, mas nunca vira o rapaz de outra forma que não fosse como irmão. Ela sempre achava que Samuca estava brincando com ela. Apesar de ter tantos pretendentes a ingenuidade da moça não a deixava perceber o quão bonita ela realmente era.
Samuca andava bastante frustrado ultimamente. Ninguém o respeitava por causa da sua estatura e da sua aparência tão jovial. Seus pais sempre o consolavam dizendo que logo logo ele iria crescer e se tornar mais maduro e com um semblante mais velho como ele tanto queria. Os homens da família dele eram todos assim demoravam pra crescer, mas quando o faziam era tão rápido e repentino que as pessoas ate se assustavam. O irmão mais velho dele, por exemplo, só crescera quando estava na missão. Tanto que ninguém o reconheceu quando ele voltou. Então pra Samuca só restava esperar a hora certa pra crescer e amadurecer. Bem pelo menos ele tinha uma admiradora, Fátima desde que o conhecera o amava em segredo. Ela sabia que o rapaz não tinha olhos pra ela. Mas ainda assim a amiga o consolava sempre, quando nem Cindy conseguia consolá-lo. Eles eram realmente grandes amigos, aprenderam na igreja a sempre se apoiarem.
No caminho pra casa eles se separam, Bianca morava em um bairro rico apenas com sua mãe. Os seus pais haviam se divorciado há muito tempo atrás. Ela e sua mãe tinham combinado de viajar para um parque aquático ali perto ainda naquele dia. A mãe de Bianca buscava fazer todos os desejos dela, mesmo por que também Bianca era a única filha que tinha.
 Ao se despedirem da amiga Cindy tropeça e deixa cair dos seu pé sua sandália. Na verdade aquilo acontecia bastante. Se Cindy tinha tantas qualidades também tinha esse defeito, às vezes era bem distraída e ficava com a cabeça na lua. Então era comum ela tropeçar e perder sua sandália sempre. Todos riam dela por esse fato. Ela não só tinha o nome parecido com o da princesa do seu conto preferido, mas também vivia a perder o sapato por onde quer que fosse. Todos riam muito dessa peculiaridade dela. Bia fica zoando um pouco a amiga e depois finalmente vai embora rindo da distraída moça.
Depois de se despedirem da amiga eles seguem para a casa de Fátima que era a segunda casa mais próxima. A caminho eles acabam se esbarrando com dois rapazes de camisa branca, plaquinha no bolso e sempre de gravata a e calça social. Eram os ELDERES, os missionários de A Igreja De Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias. Geralmente todos os rapazes que completavam 18 anos saiam para fazer missão em outra cidade estado ou pais. Era muito comum encontrar com dois desses jovens ensinando o evangelho de Jesus Cristo. Muitas vezes esses eram americanos e nem falavam português muito bem. Porem tinham um grande testemunho sobre a obra de Deus e dedicavam dois anos de sua vida a ensinar o evangelho ao maior numero possível de pessoas e ajudá-las a se batizarem e seguirem o s passos de Cristo. Um desse rapazes que eles encontraram era americano, outro era do Rio Grande do Sul. Ambos estavam ali, bem longe de suas casas.
Eles cumprimentam os Élderes e descobrem que eles estavam indo visitar uma amiga deles que morava ali perto, a Debora, que havia sido batizada há pouco. Essa Debora era muito amiga de Bianca. Na verdade Bianca havia apresentado Debora aos missionários.
Eles também estavam procurando por Clara de 17 anos. Uma outra referencia de Bianca. Bianca tinha muitos amigos não membros e muito deles moravam ali perto. Os Élderes (missionários) queriam saber se eles conheciam essas duas pessoas e sabiam onde elas moravam. Mas eles só conheciam Debora da igreja(as criança) os Élderes eram novos e não conheciam muito bem a cidade
Os jovens explicaram mais ou menos como eles poderiam chegar até o local. Na verdade eles também não sabiam muito. Bem
O Elder americano volta e meia se atrapalhava com uma o ou outra palavra e seu companheiro sabia bem pouco de inglês, mas Samuca sempre gostara de inglês e felizmente sabia muitas das palavras que ele tentava falar. Ele sempre gostar de sair pra fazer visitas com os Élderes e os dois novos acharam uma excelente ideia sair algum dia com ele.
Ele ficaram muito contente pela ajuda adas crianças, ou melhor, dos jovens. E pelas dicas de Samuca sobre o português também. Ambos o elogiaram e disseram que ele tinha uma grande futuro pela gente. Samuca fica vermelho.
 Eles se despedem agora dos missionários de depois Samuca acompanha Cindy até sua casa.

 Eles moravam na mesma rua. A moça dá um sorriso de até amanhã que faz com que o rapaz fique todo atrapalhado. A MOÇA DÁ UM SORRISO DE ATÉ AMANHA QUE FAZ COM QUE O RAPAZ FIQYUETODO ATRAPALHADO. Como ele gostaria de poder um dia ter o amor de sua amada. Como ele gostaria de poder ser o príncipe que ela tanto esperava. Os dias de Samuca sempre terminavam assim, c om um beijo um sorriso e um abraço fraternal da pessoa que ele tanto amava. Cindy era a princesinha do conto de fadas de qualquer rapaz apaixonado.


Como Um Espelho - CAPÍTULO I – Solitário.

CAPÍTULO ISolitário.

“Muitas vezes nos sentimos sozinhos nesse mundo. Existe tanta gente à nossa volta, mas ninguém parece se importar conosco. Por isso temos a tendência de nos tornamos pessoas tristes, ou solitárias em vários momentos da nossa vida. Mas a solidão, é só um estado psicológico. A solidão é apenas o medo de viver.”

   Chamo-me Oliver, ou Ollie, como todo mundo me chama. Sou um adolescente de 16 anos e estou no segundo ano do ensino fundamental, na escola. Sou um bom aluno. Gosto muito de estudar e ajudar meus amigos na escola. Tenho bastante amigos na verdade. Tenho 13 irmãos, mas moro apenas com minha mãe e uma sobrinha. Posso dizer que tenho uma vida normal. E me considero um rapaz feliz. Tenho namorada e sou religioso também. Meus amigos às vezes acham que sou certinho demais por seguir* minhas crenças tão a sério. O que posso dizer? A religião tem que fazer parte da vida de alguém realmente feliz. Apenas conhecendo a Deus podemos conhecer a verdadeira felicidade.

   Porém essa não é a minha história. É a historia de um amigo meu. Um amigo muito especial. Alguém que passou por minha vida por pouco tempo. Mas que me deu muitos momentos bons. Seu nome era Téo. Isso era tudo que eu sabia a seu respeito. Mas logo isso mudaria. Logo nos tornaríamos amigos muito próximos.

  Aquele era o primeiro ano de Téo na minha escola. Ele havia sido transferido de uma escola em outra cidade. Téo deveria ter seus 16 anos também. Tinha cabelos claros. Mas não loiros. Em seu rosto tinha marca de espinhas as quais ele possivelmente estava tratando agora. Ele tinha olhos verdes e um belo sorriso. Embora desde que o conheci só tenha visto um breve sorriso em seu rosto, quando esse se apresentou oficialmente pra a sala. Ele não era de falar muito. Apenas se dirigia educadamente com as pessoas que fossem até ele e falava com o professor sempre que esse apresentasse alguma questão na lousa negra. Era inteligente. Diria até que o mais inteligente de toda a classe.

  Muitos tentaram se aproximar. Mas ele às vezes parecia antissocial. Era educado sim, mas tinha certo medo, ou receio de se envolver com os outros alunos. Não praticava esportes, mas até que se saia bem na aula de Educação Física. Na verdade ele tinha corpo de alguém que faz academia. Quando era convidado pra trabalhar em grupo, se mostrava a todos um líder nato. Muitos se perguntavam:  _Ele é tão bom, por que precisa ser assim?

  Apesar da falta de aproximação dele em relação aos outros alunos, eles o admiravam e gostavam de estar com ele quando esse o permitia. Na verdade até eu o fazia. Algo nele, me fazia querer conhece-lo mais. Era um sentimento estranho de querer conversar, “proteger”, animar e estar sempre junto. Talvez fosse só a curiosidade que temos por tudo o que é novo. Nunca senti algo igual, nem pela minha própria namorada quando a conheci.
Era um sentimento que temos por um irmão menor talvez. De querer ajuda-lo a vencer os desafios da vida. Como se pudéssemos mudar a vida de outros, ou guia-los à nossa maneira. Particularmente eu não sabia o que me chamava tanta atenção naquele rapaz. Mas brevemente descobriria a razão.

   Como as aulas haviam acabado de iniciar-se aquele ano  os professores estavam a procura de um representante para a sala. Eu estudo em uma escola publica e nem sequer temos um grêmio estudantil. Mas sempre tínhamos alguém na sala para nos representar. Tivemos uma breve votação e eu acabei ganhando junto com ele. Na verdade acabamos empatando nos votos então o professor decidiu que ambos deveriam se tornar representantes da sala devido ao nosso comportamento e participação nas aulas. Eu seria o Titular e ele o vice. Foi algo que me agradou de certa forma. Finalmente poderia conhecê-lo melhor e ser seu amigo. Poder ajuda-lo a ter mais amigos era a minha principal meta para ele. Infelizmente, parece que não tínhamos os mesmos objetivos. Téo não queria fazer amigos. Téo não queria ser mais que um “observador.”

(... ... ...)

   Descobri que Téo na verdade estava passando por um tipo de depressão. Ele conseguia fazer todas as coisas, simplesmente para que as pessoas a sua volta não se deprimissem também. Ele queria simplesmente proteger todas à sua volta, de sua própria desgraça. De sua própria desolação. E de todas as coisas ruins do mundo. Ele tinha passado por momentos bem difíceis ultimamente. Depois de mais ou menos um mês e meio eu descobri isso. Depois desse período de tempo eu conquistei a confiança desse novo amigo.

   Téo havia sido mudado de cidade pelo seguinte motivo: Seus pais estavam se separando. Eles já não estavam bem fazia algum tempo. Téo tinha um irmão de 19 anos que sofrera bastante com a situação também. No meio das brigas o pai de Téo joga na cara da mãe que esse não seria seu filho. Que ela o havia traído com o primo dela, e do fruto dessa traição nascera o rapaz. Entretanto a mãe do rapaz sempre desmentia o marido, dizendo que isso nunca aconteceu. Que ela era fiel. Que jamais seria capaz de cometer tal traição.

   No meio de tantas brigas e discursões diárias o irmão de Téo que se chamava Philip ficou com seu psicológico bastante abalado. Apesar de mais velho. Philip era bem mais sensível. Então depois da separação o rapaz ficou depressivo e teve que passar em alguns médicos e começou a tomar remédios para a doença. Ele ficou em um estado muito grave e certa vez até tentou o suicídio. O pai resolveu voltar pra casa, mas aquilo na verdade não ajudou. Ele continuou com os ciúmes e as brigas estavam voltando a reinar ali no lar. Mas uma vez ele resolve ir embora. Mas antes disso acontecer o pai tentou agredir a mãe então Téo se colocou na frente da mãe dele pra impedir. E como era um rapaz forte pode defender a mãe do agressor. Porem aquilo também abalara a mente de seu irmão. Philip tentou matar o irmão em uma de suas crises e assim como o pai jogou na cara de Téo que ele era um bastardo e que por culpa dele seus pais se separaram e aconteceram todas aquelas tragédias em suas vidas.

   Obviamente Philip fez tudo aquilo devido à doença. E ele estava em um estado tão grave que começou a atacar também a sua mãe e qualquer outra pessoa que se aproximasse dele. Naquele estagio da doença só restava mesmo a internação. E foi o que aconteceu com o irmão do coitado. Aquilo foi uma tragédia ainda pior na vida de Téo. E ele apesar de saber no seu intimo que era inocente e que sua mãe era uma mulher fiel, também acabou se culpando pelo que aconteceu.

   Foi a vez de a sua mãe entrar em começo de depressão. Ela tinha tremedeiras às vezes de tanto que chorava durante o dia por ter perdido seu marido e seu filho de forma tão triste. Um deles (o marido) simplesmente estava perdido no mundo. Soube-se até que a usar drogas, e o filho coitado internado em uma clinica sem nenhuma expectativa de alta por pelo menos alguns meses. E como se não bastasse a sua sogra a estava infernizando e culpando por todo o mal da vida dos familiares. Mas o pior de tudo é que realmente ela era inocente de todas as acusações feitas pelo marido.

  Téo passou por tudo aquilo calado. Nunca se colocou contra o pai ou a mãe. Realmente só interferiu pra defendê-la. Ele também sofria. Mas tudo isso calado. Não queria trazer mais desgraça pra a vida de sua família, que já era tão sofrida. Mas por dentro ele também estava sofrendo bastante. Tanto  que perdera a capacidade de sorrir. Téo agora vivia apenas pra proteger sua mãe e cuidar de seu irmão internado. Ele tinha responsabilidades de adultos. Ele tinha que preservar a tranquilidade de sua família. A pouca tranquilidade que lhe restara diante de toda aquela situação. Ele estava triste e solitário por dentro. Mas não tinha o direito de entrar em depressão. Não tinha o direito de fazer mais ninguém sofrer. Ele era a única pessoa que mantinha seu lar de pé. Se ele entrasse em depressão também, seria o fim para aquela família.

   Téo então passou a ser um rapaz antissocial. Por ter medo de se envolver com as pessoas. Ou de envolvê-las em sua vida Téo se fechou em seu mundo. Apenas para permitir aos outros viverem de forma feliz. Para ele a única coisa que importava era o bem estar de seus familiares. Ainda que isso custasse o seu próprio bem estar. Ainda que ele fosse acabar sofrendo todo o peso do mundo em suas costas por tomar essa decisão. Ele jamais iria permitir que ninguém chorasse por ele, nunca mais.

   Por isso ele tinha que ser o melhor filho, o melhor irmão, o melhor aluno na escola. O melhor em tudo, pra poder dar um pouco de alegria à sua triste e deprimida família. Ser solitário pra ele não era uma opção. Era uma realidade humildemente aceita. Uma punição que ele mesmo se deu por ter estragado a vida de seus familiares. Sim. Embora ele não demonstrasse pra ninguém o seu sofrimento, o solitário rapaz estava prestes a cometer uma loucura em sua vida. Sim. Estava prestes a surtar de vez.


   Por isso muitas vezes eu penso. Como sou grato por conhecer a verdadeira felicidade! A qual só vem de conhecer Deus e seu filho Jesus Cristo como o único caminho pra ser feliz. Como sou grato por poder levar minhas crenças adiante. Por isso também sou grato por tê-lo conhecido. Por tê-lo ajudado e por ter sido ajudado por ele também durante o tempo em que estivemos juntos. Como sou grato por tudo que tenho vivido!

O Mundo Que Se Vê - CAPÍTULO 6. Entrar/parte 1

CAPÍTULO 6.   Entrar
Chamo-me Diogo Rafael tenho 15 anos e recentemente descobri que não sou igual aos outros Rapazes. Eu consigo prever o futuro às vezes e também consigo mover algumas coisas com o poder da minha mente .
 Descobri que pessoas com poderes especiais são chamadas de OS ou O.S. (Oniscientes Submundanos). E que existem vários grupos espalhados em cada região , mas que poucas pessoas sabem sobre a existência desses grupos.
 Os O.S são um grupo de pessoas que estão dispostas a ajudar as outras pessoas a evitarem acidentes. Eles têm poderes especiais que estão relacionados ao mundo dos fantasmas. Chamado Submundo. Um OS pode usar poderes especiais por que possuem uma espécie de conecção com o submundo. Os poderes deles muitas vezes são relacionados à vontade dos fantasmas. Parece que apenas 1% da população mundial realmente são O.S ativos. Descobri também que além dos OS as crianças menores de oito anos às vezes podem ver fantasmas ou espíritos, porem ao contrario do que dizem eles não tem poder nenhum sobre eles.
Os O.S da minha região estudavam todos os fins de semana por duas horas junto com um rapaz de 26 anos chamado Chef. Chef era muito atencioso dedicado e concentrado no que fazia. Fiquei sabendo do através de Connor que Chef era muito rico e a que ao descobri seu poder ficou bastante assustado mas também viu que poderia ajudar outras pessoas a assustarem certos perigos. Então ele resolveu dedicar toda a sua vida a encontrar OS , na verdade ele foi um dos pioneiros da região. Ele tinha o grupo mais promissor, Com jovens altamente treinados para defender as pessoas dos males do mundo que eles não podem ver
Chef ajudou todos os jovens daquele grupo a desenvolver seus poderes. E apesar de tão jovem era um grande líder. Às vezes era como um pai para aqueles jovens tão diferentes e especiais.
LV havia conhecido Chef aos 10 anos. Ele era responsável por descobrir os novos OS. Algo interessante sobre OS é que eles desenvolviam seu poder , geralmente depois de um choque emocional. Parece que os poderes recebidos do submundo ficavam selados por um tempo, mas logo que eram liberados o individuo podia usá-los deliberadamente. Dessa forma também , ficavam sensíveis para ver e /ou sentir espíritos.
Até o exato momento eu não havia tido um contado direto com nenhum espirito ou outra criatura do submundo. Ou pelo menos achava que não. E os meus poderes não estavam se desenvolvendo na velocidade que eu gostaria que eles estivessem. Na verdade não obtive muito progresso desde uma vez em que entortei algumas colheres e todos acharam que eu estava fazendo uma piada.
“Aprendi bastante coisas sobre telecinesia e outros poderes paranormais, sobre o mundo espiritual e sobre os reais ‘contatos” , que aconteceram durante a historia. Aprendi bastante sobre a primeira grande mulher a usar a telecinesia e torna-la um assunto publico. Mas que mesmo provando seu poder não teve muita credibilidade , por isso os  Submundanos continuam exclusos da mundo.
As férias de inverno começaram e eu passei a andar muito com Connor e LV. Eles eram dois rapazes normais. Bem , tirando o fato de que LV carregava aquele coelho roxo pra todo lugar que ia. E de resto ele era totalmente normal. Ríamos falávamos sobre esportes e implicávamos um pouco coma as coisas erradas que existiam no mundo. Eles realmente se tornaram meus melhores amigos.
Às vezes saíamos com Gustavo e Rafaela e, o Ned Também. Mas Ned estava sempre competindo com LV. Ele queria de toda maneira provar que era o melhor. LV porem não dava muita importância pra essas coisas.
 Sempre que podíamos usávamos nossos poderes para ajudar uma ou outra pessoa em apuros. Ou pelo menos tentávamos. Gustavo era o que estava se saindo melhor as situações que passávamos. Ele podia mover vários objetos, principalmente objetos ligados à eletricidade.
Rafinha tinha um poder bem interessante. Ela tele transportava objetos. Sim , ela não os movia. Apenas os fazia desaparecer de um lugar e surgir em outro. E às vezes ela fazia isso também com um gato preso em uma arvore ou uma criança pequena que atravessara a rua sem perceber o perigo no qual se envolvera.
Ned tinha aquela habilidade de entrar nos sonhos das pessoas , mas também conseguia sentir a presença de espíritos a nossa volta. Quando isso acontecia ele sabia que alguém precisava de ajuda. Quando ele se concentrava bastante ele era capaz de saber o nome completo de alguém só de olhar. Connor apesar de star sempre ali eu realmente não sabia muito bem como funcionava seu poder. Mas eles afirmavam com toda certeza que o rapaz os deixava mais fortes. E eu realmente sabia que era verdade .Sempre que esbarrava ou encostava nele por acidente, u acabava tendo uma pequena visão do meu pesadelo. Pesadelo esse que esta se repetindo já há alguns meses e ultimamente quase que todos os dias .
Mesmo com todo o treinamento , eu não conseguia fazer muita coisa com os meus poderes. No máximo eu conseguia balançar ou mexer alguns objetos mas sempre sem tira-los do lugar. Isto estava se tornando frustrante pra mim.
O tempo parecia passar bem rápido quando estava com meus novos e na verdade primeiros amigos que já tive na vida. Porem meus poderes não se desenvolviam tão rápido quanto o tempo passava. Ned e Gustavo achavam muito estranho eu poder fazer tão pouco. O único dom que eu estava desenvolvendo era o de prever algumas pequenas tragédias antes que essas acontecessem. Mas isso só acontecia quando eu estava em contato com Connor Então eles começaram a me manter distante dele. Não era bom que meus poderes fossem liberados apenas quando tivesse um “condutor” por perto Eles tinham que se desenvolver naturalmente. Se é que esses poderes que tínhamos podiam ser chamados de naturais .
Chef sempre falava pra eu não me preocupar, por que os poderes se desenvolviam diferentemente para cada pessoa. Mas eu queria tanto. Porem algo estava me bloqueando. E eu sinceramente não sabia o que.
Eu definitivamente não conseguia “entrar” naquele novo mundo. Mesmo que fosse o meu mundo agora. O mais próximo que eu tinha de mundo. Isso estava me fazendo sentir como um inútil um fracassado um lixo , um nada. Mas felizmente as coisas mudaram um pouco antes das férias acabarem.


O Mundo Que Se Vê - CAPÍTULO 5. Os

CAPÍTULO 5.   Os

Meu nome é Diogo Rafael, eu tenho 15 anos e acabei de descobrir que tenho uma grave doença nos olhos e que posso ficar cego em mais ou menos dois anos. Quase que ao mesmo tempo descobri uma outra coisa. Que as pessoas são bem diferentes uma das outras. Existem algumas que nascem com dons especiais. Descobri que eu sou uma dessas pessoas. Pessoas com poderes especiais.
Conheci melhor dois amigos da escola. Dois garotos esquisitos que me fizeram acreditar nesse dom especial que eu tinha. Alguns dias atrás salvei o meu irmão de ser atropelado e morto por um carro só com o poder da mente. Depois de ver tudo isso e uma série de outros fatos estranhos eu comecei a pesquisar na internet sobre esses fatos incríveis. Comecei a pesquisar sobre vidência, telecinesia e outras atividades paranormais. Por mais estranho que pareça eu acabei me identificando bastante com as historias bizarras que eles contavam. Mas s ainda assim parecia que faltava algo. Parecia que eles contavam apenas meias verdades e eu decidi que queria saber bem mais que aquilo. Decidi desenvolver meu dom pra ver se eu tomo um rumo na minha vida.
Decidi procurar os dois esquisitos que naquele momento pareciam as pessoas mais aptas nesse mundo pra poderem tirar minhas duvidas. E apesar de nosso ultimo encontro não ter acabado da melhor forma eles estavam super-dispostos a me ajudar com a minha nova “realidade.”.
 Marcamos de nos encontrar pela tarde e eles iriam me explicar melhor sobre meus poderes e sanar as duvidas que a internet não conseguia mesmo com tanto conteúdo. Eu ainda não consigo acreditar que estou interessado em toda essa loucura. E muito menos acreditar que aceito toda essa baboseira como algo verdadeiro e real.
Chego ao local um pouco atrasado, mas eles parecem não se importar muito com isso. Connor que era o esquisito mais novo sempre parecia estar feliz e disposto a me ajudar e nunca reclamava de nada. Ele era muito pequeno pra sua idade. Ele era loiro, tinha olho azul, um parecia maior que o outro e eram meio caídos. E Elivelton ou LV era moreno tinha a minha altura, mas não era magro como eu. Também não era forte. Tinha um corpo normal. Mas parecia praticar esportes... Ele por sua vez tinha um semblante mais sério sempre. Na verdade acho que nunca o vi sorri desde que o conheço. Na verdade aquele era o primeiro ano dos dois na minha escola. Já estávamos no meio do ano, bem próximo das férias. É acho que jamais teríamos nos falado em outro tipo de situação.
Pela primeira vez eu os via sem uniforme. Mesmo no dia do acidente eles estavam uniformizados. Parece que eles faziam algum tipo de projeto na escola nos sábados. “Mais tarde descobri que eles se reuniam com outros amigos especiais na escola.” E eles se vestiam de uma forma bem peculiar. Eu nunca vi roupas daquele tipo, só em filmes. E só naquele que se passavam décadas atrás , nos anos 60 ou 70 vai saber. Porém o mais estranho era vê-lo com seu coelho roxo ali. Andando naturalmente. Um adolescente de 15 anos que brincava com um coelho de pelúcia sem o menor pudor e sem o menor constrangimento. Chego ate eles e Connor vem me cumprimentar com um aperto de mão meio trêmulo enquanto o outro só cumprimenta de longe, meio seco
CONNOR_ Que bom que você veio. Estava muito preocupado com você. Você não falou com a gente na escola. Tá tudo bem?
EU: _Sim. Eu estava tentando me acostumar com a ideia . Mas olho só, eu até tenho praticado usar meus poderes em casa.
CONNOR _
CONNOR_Sério ? E como você tem se saído?
EU_ Muito bem... Quer ver?
 Eu coloco a minha mão no bolso (pra mostrar o que aprendi pra os dois, mas LV faz um gesto e diz que depois eu poderia mostrar). Então ele me conduz para o local do encontro.
Nós havíamos combinado de nos encontrar próximos a uma antiga fabrica de papelão. (Na verdade era um local que estava sempre fechado e provavelmente a fabrica já devia ter falido há muito tempo. Na verdade não me lembro de ter visto muitas pessoas pelas proximidades.) Então quão grande fora o meu espanto até nos direcionávamos pra dentro do tal local. Então enquanto entramos eu começo a lhe fazer perguntas:
_Por que estamos nesse lugar? Isso não é uma fabrica abandonada?
_Estamos aqui pra tirar todas as suas duvidas. E não. Isso não é só uma fabrica abandonada. Responde LV secamente.
_Se não é uma fabrica então o que é? Indago.
_Aqui é uma escola para especiais. Ou como nós chamamos aqui, escola pra O.S ou OS”           
_OS?
_É. É a abreviação ou sigla para ONISCIENTES SUBMUNDANOS, ou seja, nós.
_Oniscientes Submundanos?
_Sim Onisciente é derivado do mesmo adjetivo que eles usam pra definir Deus. Ou seja, aquele que conhece toda a ciência. Aquele que tudo sabe. E Submundanos da palavra Grega. Submundo que tem relação com o lugar para onde as almas/espíritos vão quando partem dessa vida para o segundo plano. Isso é claro que levando em consideração que esse outro mundo, o mundo dos espíritos ou inferno, submundo ou reino neutro e faz parte do mundo dos vivos.
 _Você esta querendo dizer que esses supostos poderes tem ligação direta com o outro mundo e com fantasmas?
_Exatamente isso.
Eu começo a ficar assustado ao ouvir essas declarações. Ainda mais o ouvindo falar de forma tão convicta. Ele realmente cria que aquilo era verdade. E eu estava ainda mais assustado por que algo dentro de mim confirmava as afirmações ditas. E mais uma vez vem a minha mente a imagem de um pesadelo que vinha me acompanhando a algumas semanas. Enquanto assustado penso sobre essas coisas que me são ditas continuamos a avançar cada vez mais pra dentro da fabrica. Ou melhor, pra dentro da escola. Daí eu quebro o silencio mais uma vez:
_O que vamos fazer, lá?
Tem certeza de que é seguro fazer isso?
_As pessoas já estão esperando por você. Eu avisei que traria um amigo comigo hoje. Na verdade poderíamos também conversar por horas pra tirar as suas duvidas, mas é bem mais rápido e fácil mostrá-las diretamente pra você.
LV abre mais uma parte e finalmente eu vejo algo extremamente surpreendente. Um bando de adolescentes entre 12 e 18 anos reunidos em uma sala de aula comum com um professor conversando com ele como se fosse uma aula normal de uma escola normal. Será que LV tinha me levado para o lugar errado. Penso. Mas ele começa a falar
_Boa tarde pessoal. Esse aqui é o O.S que falei pra vocês o nome dele é Diogo Rafael. Ele é um vidente e um usuário de telecinesia bem promissor.
Toda a sala dá um: _Bem vindo Diogo Rafael! E eu pela primeira vez na vida pareço ter sido notado por alguém que não fosse meu irmão Ronaldo. O professor era na verdade um jovem com mis ou menos a idade do meu irmão. 26 anos.. Na verdade todos eles se referiam a ele como CHEF. Acredito que talvez aquele fosse mesmo o seu nome. Mas apesar de tão jovem ele era muito respeitado.
_Diogo, você pode ficar bem a vontade tem varias cadeiras vazias você pode escolher qualquer uma delas. Estamos aprendendo hoje sobre a origem do outro mundo e como acontece a interferência entre os dois mundos, e também por que acontece isso.
Diogo é chamado por vários garotos pra sentar com ele, mas acaba sendo puxado por LV e assenta com ele e Connor. Daí o professor começa a fazer perguntas para os alunos:
_Levando em consideração as informações que temos aprendido até hoje? Um de vocês poderia dar um exemplo pra o nosso novo amigo sobre uma forma em que o submundo interfere no nosso mundo?
 Todos levantam as mãos, mas por fim Chef acaba escolhendo uma mocinha magrinha e meio pálida que sentava no fundo.    O nome dela era Rafaela ou Rafinha
RAFINHA_ Uma das formas mais comuns é através dos nossos sonhos. Muitos espíritos conseguem entrar em nossas mentes e tentam de alguma forma nos pedir favores ou ajuda pra eles mesmos ou para pessoas vivas. Muitos espíritos porem acabam perdendo a clareza na fala e as pessoas não conseguem entender muito bem o pedido e acabam se assustando como se fosse um pesadelo.
CHEF_Muito bem Rafinha. Excelente exemplo. Realmente é muito comum que haja comunicação com o submundo através de sonhos. E também é comum que tais sonhos possam ser confundidos ou se tornem pesadelos. Pra pessoas de baixa afinidade com coisas espirituais.
Nesse momento outro aluno faz uma observação. Seu nome é NED.
NED_ mas vale lembrar que esses sonhos podem acontecer com qualquer pessoa e não só com os Oniscientes Submundanos. Em geral pessoas com grande sensibilidade ou ligação amorosa com o ser Submundanos, quando esse já foi vivo. Algo que precisamos deixar bem claro porem é que só os O.S podem ter visões de alerta imediato. Ou alguém que tenha grande habilidade, mas nenhuma capacidade pra desenvolver o dom.
CHEF_ Muito bem lembrado, Ned. No entanto existem muitos relatos de visões de alertas feito por pessoas comuns. Ter uma visão, não significa possuir esse dom, o dom só pode ser reconhecido quando há repetição e com certa frequência e confirmação de fatos. E com relação a esses espíritos bons, eles não podem nos fazer mal. Então a confusão de pensamentos que transforma a mensagem em pesadelo, não vem de uma pessoa que viveu nessa terra e fez a passagem pro submundo, mas sim de um ser que sempre esteve no submundo. Um ser que odeia e por algum motivo odeia e quer assustar essas pessoas.
Finalmente eu tomo coragem e faço uma pergunta:
_Mas existe uma forma de evitar esse tipo de sonho não é? È que tenho tido um pesadelo muito frequente. E duas das coisas do pesadelo eu acho que consegui evitar, O atropelamento do meu irmão e a minha queda de um precipício. A segunda eu consegui evitar com a ajuda de Connor e LV
CHEF_ Sim. Existem técnicas de controle dos sonhos que podemos usar para evitar pesadelos ou contatos indesejados com o submundo. Mas isso também causara um bloqueio em você se você não possuir um dom relacionado aos sonhos, como o LV ou o Ned. O Ned, por exemplo, desenvolveu tão bem o seu dom que pode não só controlar os seus sonhos, mas também entrar nos sonhos de outras pessoas, como se fosse um ser do submundo com sua projeção astral.
_Entrar no sonho de outra pessoa? _Falo assustado.
CHEF_ Sim. Cada um de nós tem dons diferentes. Mas somos todos especiais e podemos ajudar as pessoas normais de diferentes formas.
Assim como LV, por exemplo, ele não pode entrar no sonho de ninguém, mas pode criar sonhos ou novas realidades enquanto as pessoas ainda estão acordadas.
_Isso o torna bem mais perigoso. Fala Ned em tom de zoação enquanto os outros alunos começam a rir da piada.
 No mesmo instante a sala fica escura e assustadora. É a resposta de LV à provocação. Ned assustado se desculpa: _ Tá, tá bom eu só tava brincando.
Chef repreende os dois com um gesto e continua falando:
_Muito bem LV vejo que você esta praticando muito LV Sua ilusão esta bem mais poderosa agora. Bem já que começamos, vamos fazer um teste comas habilidades de você e ver nhoque vocês estão precisando melhorar.
Todos os alunos concordam e ficam super-animados. Eu também fico imaginando que tipo de poderes eu estava prestes a ver. Um garoto se adianta e pede pra começar, porem Ned insiste para que eu comece. Afinal de contas eu era o convidado e era o único que eles ainda não conheciam os poderes.
Eu estava um pouco nervoso. Mas também queria mostrar pra eles do que era capaz. LV e Connor  perguntam-me se eu realmente estava preparado pra aquilo e eu mais uma vez digo que sim. Que não tinha problema, pois realmente tinha treinado em casa.
 Eu paro um pouco pra me concentrar e pego duas colheres que tinha guardado em meu bolso, enquanto isso vejo os alunos me olhando como se estivessem muito surpresos. Pego uma colher em cada mão e com aminha mente começo a tentar enverga-las. Fico ali concentrado nas colheres por uns três segundo ate que elas finalmente começam a dar sinal de que vão envergar. Ada mão direita enverga totalmente depois de algum esforço. A da mão esquerda acaba envergando tanto de maneira que quebra em dois pedaços. Enquanto isso todos continuam olhando fixo pra mim e pra as colheres com a mesma expressão de susto expressão essa que dura ate o momento em que uma parte da colher que quebrou cai no chão quebrando o silencio
Quase que instantaneamente ouço uma pequena risada que acaba virando uma gargalhada, depois duas, três, quatro, uma multidão de gargalhadas debochadas começam a ecoar pela sala. E eu sem entender nada olho para os únicos que não estavam rindo que eram Chef LV e Connor. Chef começa a repreendê-los.
Um outro rapaz e intromete, seu nome é Gustavo.
_GUSTAVO_ qual é Chef, ele veio aqui pra nos mostrar truques de circo? Hahaha, como a gente não vai rir?
Gustavo então fecha os olhos e faz alguns movimentos com os braços. As colheres começam a flutuar as luzes piscam e as portas batem daí ele fala: _Olhem sós . É um poltergeist!
As gargalhadas agora começam a ficar cada vez mais fortes e Chef já não pode detê-los pois sua voz de advertência quase não é ouvida naquela algazarra toda.
Sentindo-me humilhado eu me levanto e saio correndo daquele lugar que anteriormente me tinha sido tão incrivelmente receptivo e amigável.
Connor vem atrás de mim, mas eu não quero mais saber daquilo tudo:
_Diogo espera pra onde você tá indo? _Fala Connor ainda enquanto corremos.
_Pra a minha casa, não sei, só quero estar longe daqui, viu o que eles fizeram?
_Calma eu vi sim Foi maldade , mas você não precisas ir embora por causa disso.
_Como quer que eu fique lá? Eles acham que eu sou uma piada. O que eu fiz de errado?
_Calma! Se você parar um pouco eu posso explicar pra você
Só então eu paro e começo a escutá-lo. Apesar de ser três anos mais novo, Connor é bem maduro pra a sua idade. Desde que comecei a reparar melhor nele ,percebi o quanto ele era paciente educado inteligente e solidário.Eu tinha passado a nutrir um grande respeito por aquele jovenzinho, não havia como não parara para ouvi-lo.
Quando agente para ele respira e descansa um pouco por causa da correria, pobrezinho. Tinha sido esforço demais para aquela s perninhas pequenas. Ele toma fôlego e continua.
_Eles não estavam rindo de você . Na verdade estavam rindo da sua demonstração.
_Grande consolo... Ajudou muito... Valeu mesmo ... Fez uma grande diferença.
_É que você não me deixou terminar , muitas pessoas realizam isso de entortar a colher. Mas existe um macete pra entortar elas mais rápido, então existem muitos charlatões realizando esse truque, não é nada pessoal.
_Mas eu olhei na internet e...
_Olha não dá pra acreditar em tudo que você vê na internet. É por isso que nós nos reunimos sempre que podemos pra compartilhar o que aprendemos a cada dia.
_Mas eles ... Eles riram de mim... Eu não... Com que cara vou voltar pra lá?
Nesse momento chega LV que fala:
_Com a mesma cara que você tem aparecido todos os dias na escola. Com um bando de pessoas que não te respeitam ou se quer te dão a mínima atenção. Pessoas que não te conhecem nem sabem o teu potencial.
Ouvir LV falar aquilo foi algo que realmente me revigorou. Eu sabia pouco sobre ele, Mas ele sempre pareceu tão forte, tão seguro. Na verdade não era a primeira vez que ele me elogiava, e dizia ter plena confiança em mim no desenvolvimento do meu dom. Mas naquele dia foi diferente, Ele realmente estava depositando todas as suas fichas em mim. Eu não sabia o que falar então só falei isso:
_LV ,eu... Eu...
_As pessoas aqui ainda não te conhecem, elas não sabem o quão bom você pode se tornar, nem você. Desde quando te vi eu senti algo de especial em você, algo diferente. Uma força poderosa. Depois disso com a ajuda do Zorã, eu só confirmei que você era um grande OS. Como só conheci outro igual dois anos atrás . O Zorã nunca se enganou sobre nenhum O.S que tenha nos indicado
_Zorã? Quem é esse Zorã? Pergunto.
_É o coelhinho dele. Na verdade o Zorã tem algumas pedras preciosas que ajudam a detectar outros especiais, mas só funciona quando nós dois combinamos nossos poderes. Responde Connor.
_Então é por isso que você sempre carrega esse coelho esquisito para todo lugar que vai.
_O Zorã não é esquisito! Esbraveja LV: _Tá, foi mal, mas bem ... Você já tem 15 anos e...Bem um bichinho de pelúcia e...
_Connor muda de assunto e quebrar a situação extremamente rara e constrangedora.
_Vamos voltar pra aula então ? Quero saber mais sobre como acontece a interferência do submundo no mundo dos vivos ver se alguém teve uma experiência interessante essa semana
_Depois de um tempo em silencio decidimos todos voltar pra a sala. Quando chegamos lá todos estão sentados com uma expressão de arrependimento ou agindo como se estivessem envergonhado. Na verdade depois da aula muitos deles vêm a mim pra pedir desculpa pelo ocorrido. A
A aula a partir de agora ocorre normalmente. Bem tão normal c=quanto pode ser uma aula em que os alunos possam criar fogo ou quebrar pesados objetos só com o poder da mente. Tirei muitas duvidas esse dia.
Enquanto estive fora não sei o que LV falou pra os outros, que s fez se sentirem tão constrangidos e arrependidos, mas pela forma que eles o olhavam dava pra ver que ele fora o causador daquele digamos “recomeço.” Apesar disso eles não estavam irritados com ele ou comigo. Realmente só queriam por um ponto final no que se passar e recomeçar do zero. Eu não sabia realmente o que fazer para agradecer por aquilo que ele fez e palavras não me pareciam o bastante pra expressar meus sentimentos e gratidão. Então quando nos despedimos fiz a única coisa que talvez pudesse demonstrar um pouco do que eu sentia. Abracei-o e disse : _ “Obrigado amigo.”



O Mundo Que Se Vê - CAPÍTULO 4. Vida

CAPÍTULO 4.   Vida

  Ele volta um pouco corre e pula para a sua morte. A queda é certa. É o fim de Diogo Rafael. Mas outra pessoa também pula, e pula sobre o corpo do rapaz o impedindo de cair. Chega mais alguém e o puxa pela perna. Essas duas pessoas salvam Diogo e tentam tira-lo daquele lugar tão perigoso.
Ao perceber que sua tentativa havia falhado ele tenta desesperadamente voltar para o abismo, mas as duas pessoas continuam puxando-o para longe. Diogo nem tenta saber quem são seus salvadores. Ele nota que ambos usam o uniforme da sua escola. Mas ele apenas quer voltar para onde realmente importava para ele no momento. O abismo no qual ele definitivamente tiraria a vida_ Me solta! Me Solta me deixa morrer em paz!!
Porem os heróis está determinado a salvar o rapaz:
_Não vamos te soltar. Você não pode fazer isso! Não pode se matar.=- Responde o segundo a chegar que era o menor.
_Ninguém se importa comigo, por que isso importaria pra você. Retruca Diogo.
_Somos seus amigos. E você é especial. Responde o mesmo de novo
_Eu.. Eu não tenho amigos. Fala Diogo. Deixa-me morrer em paz.
Nesse momento o que permanecera calado o solta. Menor se desespera por saber que não daria conta sozinha:
_Não, LV, não solta ele!
Finalmente Diogo se dá conta de quem são os seus salvadores. Eram os esquisitos que sentavam no fundo da sala. Então Diogo fala:
_Vocês? Por que me impediram de pular? Por que não me deixam em paz?
O mais velho abre então sua mochila que sempre levava nas costas e tira de lá o seu estranho coelho roxo. Antes que alguém consiga pensar em alguma coisa ele lança o coelho na cara de Diogo e um movimento tão rápido e violento que o rapaz desmaia na mesma hora. O rapazinho mais novo se assusta. Mas o outro faz um sinal de que deveriam sair logo dali. Então os dois carregam Diogo do lugar e om levam para uma velha casa abandonada ali perto.
A pancada devia ter sido realmente muito forte, pois o garoto mais velho resolve assim que chegam ao tal local verificar os pontos vitais de Diogo. Eles não queriam matar com uma pancada a pessoa que eles haviam acabado de salvar. Então os dois estranhos rapazes deitam Diogo em um sofá velho da casa abandonada e sentam-se aguardando o despertar do infortunado suicida. Enquanto isso não o corre os dois continuam conversando sobre assuntos que Diogo só viria a entender muito depois. LV falava que existia uma grande concentração de poder naquela sala.
Diogo começa a recobrar a consciência e abre os olhos bem lentamente enquanto escuta a conversa quase ininteligível dos dois “esquisitos”.
_Olha LV ele está acordando
_Já era hora faz quase 15 minutos que eu o nocauteei
Diogo dá um pulo assustado e grita:
_Ai meu Deus, o que vocês querem de mim? Vocês são bandidos sociopatas e estão querendo me esquartejar e usar os pedaços para fazer rituais satânicos, não é? Fala se escondendo atrás do sofá
_ora, por favor, se te quiséssemos em pedaços teria sido bem mais fácil deixar você cair no penhasco. Fala o mais velho de forma meio irônica.
_Penhasco? Que penhasco? Do que você tá falando?
Diogo ainda esta atordoado com o que houve e não consegue raciocinar direito
_Você ia pular do penhasco não se lembra? Fala o mais novo em tom mais suave
Diogo finalmente começa a recobrar os acontecimentos. Ele realmente estava fora de si, ou jamais teria chegado tão perto daquele assustador penhasco onde pretendia se matar. Ele vai até a janela e confere onde estava. Só de olhar pro penhasco, ele passa mal e cai no chão. Ele realmente tinha tentado se matar, não era um pesadelo. O que significava também que a experiência com o medico não fora só um sonho. A vida dele estava arruinada.
_Você recobrou a consciência agora. Que bom. Fala o mais velho. Achei demoraria muito pra isso acontecer. Você é mesmo muito lento.
_Não fala assim LV.
_LV? Esse é o seu nome? Au! O que você tem dentro daquele coelho estranho? Chumbo? Fala colocando a mão no rosto agora mais vermelho e dolorido também.
_Não, mas tem algumas pedras preciosas nele. Devem ser igualmente duras. O meu nome na verdade é Elivelton, mas todo mundo me chama de LV. Cortesia do meu amigo Connor.
_Connor e LV os esquisit... Digo... Os garotos que sentam nos fundos.
_Sim e você é o Diogo Rafael. Fala Connor, o mais novo.
_É sim. Como sabe o meu nome? Pensei que ninguém se importasse e...
_Nós sabemos tudo sobre você e...
Connor é interrompido por LV. Esse começa a analisar o rosto de Diogo o encarando bem de perto, depois ele coloca os dedos nos olhos do rapaz e os arreganha. Também vira a cabeça e toca nas orelhas de Diogo que eram um pouquinho grandes também. Ele faz Diogo virar de costas e começa a apalpá-lo, mas é interrompido quando suas mãos vão até o traseiro do assustado rapaz:
_Ei qual é? Tá me estranhando? Fala Diogo se afastando apressurada mente.
_Calma ele só tava te examinando. Fala Connor.
_Que examinando oque? Por acaso ele é médico agora? Isso pra mim é viadagem pura. Fala Diogo ainda se afastando.
__bem, os olhos e orelhas dele se parecem bastante com as do Junior e, ao julgar pelo caso do relógio também confirma a minha teoria.
_Ãh? Do que diabos você tá falando. Diogo não consegue entender.
_Você é especial Diogo. É um de nós! Fala Connor.
_Como assim um de vocês? Um esquisito? Digo...
_Não se preocupe sabemos que esse é o titulo que vocês nos deram na sala. Isso não é relevante. O que importa mesmo é o seu poder. Você tem potencial. Reforça LV.
Ao ouvir essas coisas estranhas Diogo começa a ficar receoso sobre o que vai lhe acontecer. Parece que os dois garotos eram malucos e que talvez o tivesse salvado para mata-lo aos poucos em uma espécie de tortura psicótica. Será que ele tinha virado refém dos dois esquisitos? Aquilo poderia ficar muito perigoso. Quem sabe que tipo e coisas esquisitas os dois garotos seriam capazes de fazer com ele. Ele pensa em fugir, mas ao olhar de longe o penhasco, ele volta a temer por sua vida. E agora o que escolher? Uma morte assustadora e rápida, ou uma estranha longa e dolorosa? Pensa ele.
_Não queremos te machucar, não seja estúpido. Fala LV com um tom mais forte dessa vez. Ele estava começando a se irritar com a desconfiança de Diogo. Parecia até que podia ler seus pensamentos. Isso obviamente deixa Diogo mais tenso e assustado.
_O que vocês querem então? Eu não tenho nada. Não sou rico, nem popular, muito menos bonito. Ninguém vai querer comprar partes do meu corpo.
Nesse momento Diogo sente uma sensação estranha, como se o mundo tivesse parado, Um misto de dormência, medo, angustia e duvida. Ele olha a seu redor e até tem a impressão de que as cores do mundo estão mais escuras ou pálidas. Ele tenta falar, mas a sua voz não sai. Tenta se mover, mas algo o prende ao chão. LV se direciona até ele com uma expressão pouco amigável. Agora Connor esta parado atônito e para Diogo agora só resta esperar pelo pior. A morte parecia realmente se aproximar dele agora. Talvez ele estivesse sentindo menos medo se tivesse corrido pro penhasco e, pulado de uma vez. Ele espantado pensa que aquele seria o tipo de tortura que passaria pelo resto da vida:
_Como posso ser tão azarado a ponto de não poder escolher uma morte rápida e indolor.. Pensa o pobre rapaz. Porém antes de encostar no rapaz LV desaparece e depois reaparece no ponto inicial ao lado de Connor e com uma expressão feliz. Diogo não consegue entender o que se passa e, LV faz sinais com as mãos (parecido com os sinais de libras) Dos quais parecem surgir magicamente imagens maravilhosas de paisagens realmente lindas que existiam no mundo e que Diogo costumava ver em quadros livros ou na TV. Lugares lindos que ele adoraria poder visitar um dia. Agora as cores do mundo pareciam muito mais brilhantes. Connor se afasta e LV movimenta os lábios como se fosse falar algo:
_Acorda!
Diogo nesse momento abre os olhos (pois parecia estar despertando de novo) e percebe que tudo a sua volta continua igual como se nada tivesse acontecido, e ele termina a frase que já havia pronunciado. Ou pelo menos achava que tinha:
_ “... Ninguém vai querer comprar partes do meu corpo.”.
Algo extremamente estranho havia acontecido. Diogo não sabia o que, mas realmente acontecera algo naqueles poucos segundos. Algo que ele tinha a impressão de já ter visto em seu sonho. Na verdade algo que ele tinha certeza de que já vivenciara. Quem era aquele estranho garoto? O que realmente estava acontecendo?
_O que é você? Pergunta Diogo.
_Sou Elivelton. Assim como você tenho 15 anos e sou muito especial.
_Que especial o quê?
 Eu sou o cara mais azarado que existe sobre a faca da terra. Não tenho amigos, namorada, nem mesmo tenho ambições. Sou perseguido por quem desprezo e ignorado por quem procuro a atenção. Eu realmente me sinto a escoria da humanidade.
_Você não é a escória. Você é um diferencial. Pode fazer muitas coisas pelos outros à sua volta.
_Não eu não posso fazer nada LV.
_Por que está dizendo isso?
_Vou ficar cego.
Nesse momento Connor que se manterá afastado se aproxima dos dois com uma expressão meio triste meio feliz. Era realmente muito difícil definir o que aqueles dois garotos pensavam.
Connor fala:
_Por isso você tentou se matar?
Diogo chora e desabafa seus sentimentos para aqueles dois esquisitos estranhos que até então jamais pensou que seriam seus amigos. E muito menos jamais tinha imaginado desabafar algo tão intimo com eles. Diogo nem mesmo sabia como encarar o irmão e Contar sobre aquela situação. Ele tinha pavor de ser visto pelos outros como “coitadinho”. Não ser ninguém é muito melhor do que ser alguém totalmente dependente. Se ele estava só. Quem cuidaria dele? Ele se tornaria ainda mais dependente do irmão, pois ninguém mais liga se ele existe ou não.
_Ser cego é a pior coisa que poderia me acontecer. Eu jamais iria suportar isso. Eu não poderia ler escrever, pintar. È a única coisa de boa que resta na minha vida. O mundo que eu sonho é o único mundo em que vejo alegria. Além de sonhar Eu preciso ver pra sentir essa alegria.
LV dá um sorriso e vira um pouco pro lado. Novamente Diogo sente como se pudesse ver lindas paisagens, nas quais sempre sonhou passar/ conhecer algum dia. Ele finalmente entende. LV estava fazendo aquilo.
Diogo não sabia como, mas LV podia passar aquela paz. Ele podia trazer aquelas imagens a tona. Quanto Diogo tenta falar, as coisas desaparecem e tudo volta ao normal. .Parecia que aquele ambiente de calmaria se quebrava ao passar o menor ruído.
_Como você fez isso?
_Da mesma forma que você moveu os relógios do colégio e alterou a hora deles. Da mesma forma que você salvou um dia um rapaz de ser esmagado por uma barra de ferro nem uma construção. Da mesma forma que você fez para não ser atropelado hoje. Com o poder da minha mente
_ Hã? Do que você está falando?
_Você tem um misto de telecinese com vidência. É um dom muito comum, mas vejo um grande potencial em você. Não é como os outros que conheci. Parece que você consegue concentrar bastante energia do “outro mundo”. Isso te dá grande vantagem e poder desproporcional. Se trabalharmos bem, você vai realizar coisas fantásticas com o seu dom.
_Ãh??
Connor vem ajudar:
_Provavelmente você não percebeu ainda. Mas com esse seu dom você pode ajudar as pessoas. Evitar acidentes, prever catástrofes. Ajudar as pessoas que realmente precisam e ajuda. Os pobres, os humildes os excepcionais e, claro pode ajudar sua família e amigos e pessoas mais próximas também.
_Cara, do que vocês estão falando? Nada do que vocês dizem faz sentido. Querem me deixar mais louco do que já estou? Já não basta o dia horrível que passei hoje.
Connor toca de leve em Diogo e ele começa a ver uma sessão de acontecimentos estranhos em que ele havia se envolvido. Alguns desses acontecimentos tinham se passado uma semana atrás quando ele e o irmão viajaram pra passar o fim de semana com os avós na fazenda. Ele lembra que alertou os avós sobre um touro que fugiria e também ao irmão sobre alguém que estava se afogando. Estranhamente Diogo tinha a sensação de que ele é que deveria ter se afogado. Depois ele começa a ver passagens do seu sonho repetitivo e por último se vê no dia de hoje. Afastando carros bicicletas pessoas e objetos que poderiam tê-lo ferido gravemente, apenas com o poder da mente. Connor se afasta e Diogo mais uma vez fica atônito olhando para os dois estranhos garotos
_Consegue entender melhor agora? Pergunta LV
_O que aconteceu agora? Assusta-se Diogo.
_Connor é o nosso catalizador, ele meio que amplia os dons que estão escondidos nas pessoas ou os revela quando eles existem.
Diogo não conseguia entender nada. Era loucura de mais. Como aquilo tudo poderia estar acontecendo? E mais, como eles sabiam que Diogo tinha se envolvido em tais coisas? Como eles sabiam que ele era “especial”. Diogo não se achava especial. Ele apenas conseguia evitar todas aquelas coisas por que sempre fora muito azarado e devia sempre se precaver para que não lhe ocorresse um acidente grave. Era isso. Ele só era um azarado precavido.
Mas tocar aquele garoto foi estranho. Ele passou a sentir duvidas sobre isso. Seria mesmo verdade? Será que ele era mesmo um tipo de vidente ou super-herói? Tudo aquilo confundia bastante o rapaz. Por um momento ele pensa que ter poderes mágicos pudesse ajuda-lo a ter uma vida social melhor, talvez ele ate pudesse conseguir dinheiro com isso.
_Não Você não vai ficar rico explorando o seu dom. Muitos tentaram e acabaram loucos ou sem dom nenhum. LV fala interrompendo o raciocínio de Diogo.
_Você consegue ler meus pensamentos. Pergunta Diogo
_Na verdade não, mas meu dom tem há ver com emoções e com a mente humana. Não é muito difícil pra mim, deduzir o que as pessoas estão pensando.
_Queremos te ajudar a desenvolver esse seu dom. Interrompe Connor. Não gostaria de poder ajudar mais pessoas com ele?
_Bem sim, mas eu logo ficarei cego.
_E daí? Eu logo estarei morto. Fala LV
_Ãh? O que você disse? Retruca Diogo. Mas LV sai por um instante.
_O LV tem uma doença, é um tipo de câncer muito raro. Em mais ou menos um ano ele pode acabar morrendo. O LV não gosta muito de falar sobre isso. Pra ele o mais importante é viver o agora. Ele quer ajudar o mundo a melhorar de alguma forma, por isso ele usa seu dom para achar pessoas especiais. Especiais como você. Com grande potencial de se tornar um instrumento poderoso pra apoiar as pessoas mais fracasse protege-las dos males do mundo. Por isso ele decidiu lutar ate o ultimo momento. Por isso ele não vai desistir de viver. Por isso nos te salvamos hoje. Você é muito especial para nós.
Ao ouvir a historia comovente de LV Diogo fica pensativo. Ele ainda não se acostumara com a ideia de ficar cego um dia, mas também percebera que tinha pessoas no mundo com problemas semelhantes, mas que não dessistiaram de viver. Seus olhos ficam um pouco lacrimejados. Ele finalmente chora e desabafa:
_Não quero ficar cego! Ao falar isso Diogo abraça Connor e uma série de coisas começa a vir em sua mente ao mesmo tempo. Ele vê pessoas que não conhece uma moça que o beija se vê em um lugar deserto, depois começa a ver palavras e mais uma vez vê imagens daquele seu sonho repetido. E em uma dessas imagens ele reconhece o rosto do irmão. Seu irmão esta correndo um serio perigo, porem ele não sabe que perigo é esse, ele só sente isso. No susto ele solta Connor e voltasse um pouco pra trás. Ele tem certeza de que algo ruim vai acontecer com seu irmão se ele não impedir.
Um perigo iminente estava para acontecer. Algo assustadoramente claro na mente do jovem Diogo. Agora não era só o azar que o perseguia, não era só um pensamento. Era uma certeza de que algo iria acontecer. Ele não achava! Ele não pensava! Ele realmente sabia que isso iria acontecer!!!!Era uma certeza tão clara quanto a que ele tinha de que o céu era azul.
 Diogo corre desesperadamente para o local onde havia visto seu irmão em sua inesperada visão. Desesperadamente ele corre sem nem pensar no que iria fazer pra ajudar. Sem nem mesmo pensar se seria possível ou não evitar aquele triste acidente prestes a acontecer. Ele corre de uma forma tão louca que nem mesmo sabe se está indo na direção certa. Mas seu desejo de salvar o irmão parecia tão grande que ele de alguma forma conseguiu chegar ao local desejado. O rapaz não lembra como chegou lá, mas ao avistar o local vê seu irmão parado em seu posto no lugar onde trabalhava de segurança, ele sente alivio em ver seu irmão ali, passando bem, respirando, até parecendo sorrir enquanto conversava com um colega de trabalho. Acho que Diogo nunca havia se sentido tão feliz em ver seu irmão.
 Que alivio enorme ele sentiu. Ele estava totalmente errado. Aqueles dois garotos realmente deviam ser loucos. Ele sente um gosto amargo na garganta com o sentimento de perda do irmão. Aquilo que ele tinha de mais valioso na vida. Só então ele se toca do quão duro é perder alguém que ama. Ele se lembra do que sentiu ao perder sua mãe. Talvez seu irmão fosse passar por tudo aquilo de novo se viesse a perdê-lo.com certeza seu irmão sofreria bastante com essa perda. Ele tinha absoluta certeza do genuíno amor que seu irmão por ele sentia. Ele tinha tomado uma decisão estupida, impensada e insensata que realmente poderia afetar e muito a vida de outra pessoa. O que ele fizesse consigo mesmo também afetaria ao seu irmão. Quão estupido ele tinha sido. Quão egoísta. Mas que grande alivio poder ver seu irmão ali. Saudável, seguro, intacto.
Diogo Rafael se senta no chão exausto por toda a correria. D e desfalece quase apagando totalmente e fica parado apenas contemplando q a imagem do irmão, como se fosse uma pintura linda e estonteante , ou uma das suas próprias pinturas que tanto amava fazer. E fica ali parado como se mais nada existisse a sua volta. Parado em um silencio eterno.
Porem o silêncio é quebrado. Com um barulho ensurdecedor, Uma freada e um carro é ouvido junto com as fortes batidas do coração de Diogo. Diogo vê seu irmão sendo atropelado. Ele vê o sangue escorrendo sobre o corpo imóvel do irmão e deformado devido à pancada e o impacto causado pelo veiculo destrambelhado. Ele vê o irmão no chão frágil e imobilizado, cuspindo sangue e respirando com dificuldade e enquanto as pessoas assustadas se dirigem a sua direção. Ele vê aquele pesadelo se tornar real. No desespero ele dá um grito ensurdecedor.
Ao dar esse grito porem algo acontece. Parece que ele consegue voltar no tempo. Parece que tudo aquilo realmente não havia acontecido de verdade. O irmão dele o vê gritando e, assustado vai em outra direção, quando o carro passa freando e bate em um poste do lado e o irmão dele não é atingido.
Diogo fica assustado sem entender direito o que aconteceu. Seu irmão corre em auxilio do motorista. Nesse instante Diogo vira a cabeça e vê ao seu lado os dois mistérios garotos de novo. Como se tivessem surgido do nada.
Após ajudar o motorista a sair do carro e deixa-lo a cuidados do deu companheiro de emprego Ronaldo corre ate seu irmão e começa a repreendê-lo:
_O que você tá fazendo aqui? Você deveria estar em casa agora. Não vê o que aconteceu? Você poderia ter morrido.
_Não Eu achei que você é que fosse morrer
_Olha, eu tenho que ajudar aquele cara do acidente, enquanto a você volta pra casa agora, mesmo.
Ronaldo volta pro lugar do acidente e, deixa o irmão com sua contestação entalada na garganta. Diogo olha para os dois garotos a seu lado e depois pra o seu irmão que continua fazendo sinal para que Diogo vá embora.
Diogo finalmente cede ao pedido do irmão e vai embora ainda desnorteado. Eles seguem juntos ate certa parte do caminho de volta, mas depois se despedem sem ao menos trocar meia palavra. Eles apenas se olham como quem diz: _Eu te avisei. Então Diogo segue seu caminho de volta pra casa e cai na cama sem forças pra nada.




O Mundo Que Se Vê - CAPÍTULO 3. Diagnóstico

CAPÍTULO 3.   Diagnóstico

_Acorda! Acorda! Acordaaaaaaaaaaaaaaaaa!
  Mais uma vez Diogo Rafael acorda assustado, mas dessa vez não no conforto de sua casa. Ele esta deitado em um chão duro e gelado. Seu relógio biológico o avisara de que devia ser pelo menos seis e meia da manha. Algo que fora confirmado ao erguer um pouco a cabeça e ver o relógio da escola que era a única coisa a quebrar o silencia daquele incomodo lugar. Diogo se recompõe do susto e levanta com certa dificuldade devido à noite inesperada que tivera. Ele nesse momento sente um misto de raiva, tristeza, desprezo e solidão. Ele não achava que, realmente seria abandonado as moscas se passasse um dia por tal situação. Coloca a mão no ombro e sente uma leve dor como se um mosquito o houvesse picado. Ele teme que possa ter sido algum inseto venenoso, azarado como era não iria se admirar de ser picado por um escorpião.
  Mas pensa melhor. Não. Se fosse ele estaria morto agora. Era realmente uma situação inusitada, inimaginável e constrangedora:
_Porcaria de vida! Esbraveja. _Caramba são seis e meia se meu irmão perceber que eu dormi fora de casas aí sim eu morro de verdade.
  O rapaz pega seu material e corre pra                 fora da sala. Os muros estão fechados Felizmente já era sábado e ele evitaria maiores constrangimento. Imagine só ter que explicar pra as pessoas por que ele dormira na escola. Ou pior explicar como ele pode ter desmaiado no meio da aula sem ninguém perceber.
 No caminho de volta pra casa ele acaba se esquecendo dos garotos da rua que o perseguiam sempre. Então esses resolvem ataca-lo com tudo. E esse dia eles tinham frutas e verduras podres as quais começaram a lançar sobre o rapaz. Se ele não estivesse tão distraído teria inventado uma forma de evitar tudo isso, coitado. Pobre rapaz além de ter uma noite terrível e humilhante agora estava começando o dia de uma forma nada agradável. Os sentimentos de revolta, humilhação, tristeza, ódio e dor agora o confundiam ainda mais.
Finalmente ele chega a casa e vai direto ao quarto do seu irmão que estava dormindo um sono profundo. O coitado do irmão nem m mesmo tinham tirado a roupa de trabalho e Diogo Rafael não sabia se ficava feliz ou triste por seu irmão sequer ter notado que ele dormira fora de casa aquela noite. Agora a única coisa que ele deseja é dormir um pouco em sua própria cama e tentar esquecer o pesadelo vivido. Dirige-se ao quarto, mas ao passar pela cozinha vê um recado na geladeira. Seu irmão o estava relembrando que naquele fim de semana Diogo deveria se encarregar da limpeza da casa:
_Pata que Paréu!! Grita com medo de acordar o irmão. Mas corre ate lá e o irmão continua em seu sono pesado. Diodo não gostava de incomodar seu irmão, pois ele fazia de tudo para lhe dar o melhor, e o mínimo que Diogo podia fazer era ajuda-lo nas tarefas de casa e não atrapalhar o seu sono. Pro rapaz, só restava arrumar sua casa...
Diogo apesar de exausto e com dores nas costas pela noite mal dormida simplesmente começa a limpar tudo mecanicamente, mas uma vez rodeado por uma grande turba de pensamentos. Depois de algumas horas ele finalmente consegue terminar de limpar tudo e fazer alguma coisa para o almoço. Aquele era o único tempo que ele e o irmão tinham para conversar sobre a vida. Na verdade era o tempo que eles mais curtiam juntos. Ronaldo falava sobre emprego sobre mulheres sobre sexo e às vezes ate bebiam juntos algumas cervejas ou saiam par a jogar futebol. Tinham um relacionamento muito bom. Faziam aquelas brincadeiras bobas de irmão, ficavam xingando um ao outro e depois estavam abraçados e dizendo que se amavam e eram gratos por serem irmãos. Porem naquele dia não seria assim. Diogo estava tão exausto que dormira ali mesmo na mesa. Seu irmão acorda vai ao banho volta e ainda o encontra com a cabeça debruçada sobre a mesa. Aproxima-se e tenta acorda-lo com uns cascudos.
_Acorda moleque. _Fala ainda dando os cascudos no irmão.
_Ah, não me deixa dormir mais um pouco.
_Chega moleque? O que andou fazendo? Passou a noite se masturbando e agora esta sem energia?
_Quê? Claro que não!!
Diogo agora se levanta meio desconfiado e constrangido a ponto de deixar a sua cara ainda mais vermelha.
_Ha há há há há você sempre cai nessa! O que tá acontecendo maninho?
_Nada não maninho, só estou cansado por que... Por que... É que... Esta tendo muito trabalho na escola.
_Sei, está pegando alguma mina lá né, Tigrado?
_Não!!!
_Ha ha há há ,escondendo o jogo em garanhão?
_Claro que não! Eu bem que gostaria, mas...
_Ah, vai, ficou um gatão sem óculos! Hahaha... E aí quando pega seus óculos novos?
_Eles disseram que estariam prontos na semana que  vem parece que tiveram problemas com os fabricantes
_E os exames esta fazendo check up completo mesmo?
_Sim. Por enquanto tá tudo okay
_Caramba! Você acaba de me lembrar que eu tenho hora marcada hoje com o oftalmologista. Parece que eles querem me indicar alentes de contatos além dos óculos
_Mas lentes não são muito caras?
_ Eles falaram algo sobre lentes de graça quando fiz o exame pra os óculos. Eu não entendí nada , vão me explicar melhor hoje eu acho. Espero que dê certo, deve ser legal usar lentes.
_ Aí safado, vai pegar todas as gostosa da sua escola né?
_Para com isso! Mas e você como vai indo com a Ana clara?
_A gente tá bem. Outro dia eu gastei um pacote inteiro de camisinha com ela. _Cara, você só pensa em sexo, é? Você vai fazer hora extra hoje também?
_Sim vou cobrir um amigo esta tarde, sacumé... Fim do mês as coisas ficam complicadas. Mas não pretendo fazer isso todo sábado, tenho que passar um tempo com meu irmãozinho garanhão.
Os dois ficam um tempinho ali brincando depois disso Diogo corre pra se preparar pra ir ao médico. Ele ainda não esta bem, mas precisava fazer aqueles exames. Se ele pudesse mostrar exames saldáveis para a empresa do irmão talvez aquilo lhe rendesse um emprego e uma oportunidade de mudar de vida e ajudar seu irmão a manter a casa . Então Diogo estava super-disposto, a fazer aquele check up toparia ate mesmo passar no urologista se necessário. Como sempre foi muito azarado ele sempre estava preparado para o pior. Ainda bem que era só mais um exame de vista. Era algo extremamente comum pra alguém que usava óculos desde seis ou sete anos como ele.Mas aquele exame estava sendo demorado demais. O rapaz foi colocado em maquinas pra examinar os olhos que até então eram desconhecidas pra ele. Uma porção de médicos e exames computadorizados. Ainda bem que eles haviam conseguido um encaminhamento medico ou jamais teriam condições de poder pagar toda aquela fortuna. Mas talvez os outros exames estivessem sendo feitos para ver se ele podia usar lentes de contato como Diogo passara a desejar. Sem os óculos ele pelo menos só seria magrelo e sardento, mas não seria mais um quatro olhos.
  Porem                aqueles exames todos estavam deixando Diogo tenso. Tanto que suas dores de cabeça já estavam começando a voltar. Algo peculiar que acontecia pós-dores era a impressão que o rapaz ficava de estar enxergando menos. Ele nunca havia comentado aquilo com ninguém, mas iria aproveitar a consulta para esclarecer aquilo tudo com o médico. Finalmente depois de uma bateria de exames Diogo é chamado pro médico especialista; fazer a ultima avaliação e apresentar o diagnostico. Diogo mal consegue enxergar o caminho direito, devido ao colírio usado para a dilatação das pupilas.
Diogo entra e o medico não parece estar com uma cara muito boa:
_Não sou só eu que não estou enxergando direito. Pensa Diogo. Enquanto o medico prepara os exames e começa a falar sobre os resultados:
_Diogo, os seus exames não apresentam um resultado muito positivo.
_Ãh, Como assim doutor?
_Bem você já deve ter reparado que a sua visão tem piorado bastante esses últimos dois anos.
_Bem eu sei, mas... Eu pensei que isso fosse normal para quem tem miopia e..
_è que você não tem miopia. Ou pelo menos não tem só miopia. Você tem Ceratocone e ela esta em um grau bem avançado pra a sua idade.
_Doutor não me assusta desse jeito, eu vim aqui só pra fazer um exame pra saber se eu posso usar lentes de contato.
_Você na verdade não pode usar lentes de contato, você deve usar, tem que usar, precisa usar. Seus óculos não vão poder te proporcionar uma visão adequada. As lentes poderão fazer isopor você. Por enquanto você usara os dois, mas a sua visão esta piorando de uma forma estranhamente rápida e rara. E como você sabe um dos seus olhos é bem pior que o outro , tem uma grande diferença de graus. E agora os dois estão piores também. Se continuar dessa forma e mais ou menos dois anos você vai ficar cego...
_Cego, cego, cego, cego, cego...
Essas são as ultimas palavras que Diogo ouve da boca do medico. Ele fica tão apavorado que não consegue entender mais nada. Diogo esta ali, mas parece que seu espirito esta bem longe de seu corpo. O medico continua falando, mas nenhuma daquelas palavras parecia fazer sentido na mente do rapaz. Ele só consegue ouvir uma voz no seu subconsciente dizendo:
_Vou ficar cego? Vou ficar cego? Cego...?
O medico chama a assistente e essa o acompanha ate a saída. E lhe diz suas lentes de contato chegarão em, no máximo cinco dias. Aquilo infelizmente não tranquiliza o pobre rapaz. Ele dá um sorriso forçado em forma de agradecimento ao ato de gentileza da moça e vai embora atônito e desorientado. O rapaz anda, mas não consegue sentir mais o chão sob seus pés. Mas uma vez vem à mente dele aquele estranho sonho que vinha perseguindo-o há semanas. Ele vaga pela cidade meio louca, meio bêbado, insano, depressivo, meio irado meio tonto. Pessoas gritam com ele pelas ruas e calçadas e ele quase é atropelado varias vezes. Ele chega ate mesmo a ser assaltado e quase batem nele. Mas nada disso importa. Ele vai ficar cego. Cego!
 Diogo de repente começa a chorar e corre pra fora da cidade, não sabendo se esta triste, irado, louco, em transe. Ou se aquilo ainda faz parte do maldito pesadelo que tivera. Ele só quer uma coisa agora. Ele quer estar morto. A morte é o único refugio para aquela alma atormentada. Poder ver o mundo, poder ler escrever, pintar, era as únicas coisas que ainda davam alegria a ele. Perder tudo isso seria pior do que morrer para ele. No fim da cidade havia um penhasco, Diogo morria de medo de altura, mas de alguma forma tinha chegado ali. Na beira do precipício . Ele se esquece de tudo. Parece o sonho dele mais uma vez. No sonho ele parecia cair sem nunca atingir o chão. Mas ali ele iria atingir. Era real. Mas quem iria se importar? Ele volta um pouco corre pula pra sua morte. A queda é certa. É o fim de Diogo Rafael.