quarta-feira, 17 de junho de 2015

O Mundo Que Se Vê - CAPÍTULO 5. Os

CAPÍTULO 5.   Os

Meu nome é Diogo Rafael, eu tenho 15 anos e acabei de descobrir que tenho uma grave doença nos olhos e que posso ficar cego em mais ou menos dois anos. Quase que ao mesmo tempo descobri uma outra coisa. Que as pessoas são bem diferentes uma das outras. Existem algumas que nascem com dons especiais. Descobri que eu sou uma dessas pessoas. Pessoas com poderes especiais.
Conheci melhor dois amigos da escola. Dois garotos esquisitos que me fizeram acreditar nesse dom especial que eu tinha. Alguns dias atrás salvei o meu irmão de ser atropelado e morto por um carro só com o poder da mente. Depois de ver tudo isso e uma série de outros fatos estranhos eu comecei a pesquisar na internet sobre esses fatos incríveis. Comecei a pesquisar sobre vidência, telecinesia e outras atividades paranormais. Por mais estranho que pareça eu acabei me identificando bastante com as historias bizarras que eles contavam. Mas s ainda assim parecia que faltava algo. Parecia que eles contavam apenas meias verdades e eu decidi que queria saber bem mais que aquilo. Decidi desenvolver meu dom pra ver se eu tomo um rumo na minha vida.
Decidi procurar os dois esquisitos que naquele momento pareciam as pessoas mais aptas nesse mundo pra poderem tirar minhas duvidas. E apesar de nosso ultimo encontro não ter acabado da melhor forma eles estavam super-dispostos a me ajudar com a minha nova “realidade.”.
 Marcamos de nos encontrar pela tarde e eles iriam me explicar melhor sobre meus poderes e sanar as duvidas que a internet não conseguia mesmo com tanto conteúdo. Eu ainda não consigo acreditar que estou interessado em toda essa loucura. E muito menos acreditar que aceito toda essa baboseira como algo verdadeiro e real.
Chego ao local um pouco atrasado, mas eles parecem não se importar muito com isso. Connor que era o esquisito mais novo sempre parecia estar feliz e disposto a me ajudar e nunca reclamava de nada. Ele era muito pequeno pra sua idade. Ele era loiro, tinha olho azul, um parecia maior que o outro e eram meio caídos. E Elivelton ou LV era moreno tinha a minha altura, mas não era magro como eu. Também não era forte. Tinha um corpo normal. Mas parecia praticar esportes... Ele por sua vez tinha um semblante mais sério sempre. Na verdade acho que nunca o vi sorri desde que o conheço. Na verdade aquele era o primeiro ano dos dois na minha escola. Já estávamos no meio do ano, bem próximo das férias. É acho que jamais teríamos nos falado em outro tipo de situação.
Pela primeira vez eu os via sem uniforme. Mesmo no dia do acidente eles estavam uniformizados. Parece que eles faziam algum tipo de projeto na escola nos sábados. “Mais tarde descobri que eles se reuniam com outros amigos especiais na escola.” E eles se vestiam de uma forma bem peculiar. Eu nunca vi roupas daquele tipo, só em filmes. E só naquele que se passavam décadas atrás , nos anos 60 ou 70 vai saber. Porém o mais estranho era vê-lo com seu coelho roxo ali. Andando naturalmente. Um adolescente de 15 anos que brincava com um coelho de pelúcia sem o menor pudor e sem o menor constrangimento. Chego ate eles e Connor vem me cumprimentar com um aperto de mão meio trêmulo enquanto o outro só cumprimenta de longe, meio seco
CONNOR_ Que bom que você veio. Estava muito preocupado com você. Você não falou com a gente na escola. Tá tudo bem?
EU: _Sim. Eu estava tentando me acostumar com a ideia . Mas olho só, eu até tenho praticado usar meus poderes em casa.
CONNOR _
CONNOR_Sério ? E como você tem se saído?
EU_ Muito bem... Quer ver?
 Eu coloco a minha mão no bolso (pra mostrar o que aprendi pra os dois, mas LV faz um gesto e diz que depois eu poderia mostrar). Então ele me conduz para o local do encontro.
Nós havíamos combinado de nos encontrar próximos a uma antiga fabrica de papelão. (Na verdade era um local que estava sempre fechado e provavelmente a fabrica já devia ter falido há muito tempo. Na verdade não me lembro de ter visto muitas pessoas pelas proximidades.) Então quão grande fora o meu espanto até nos direcionávamos pra dentro do tal local. Então enquanto entramos eu começo a lhe fazer perguntas:
_Por que estamos nesse lugar? Isso não é uma fabrica abandonada?
_Estamos aqui pra tirar todas as suas duvidas. E não. Isso não é só uma fabrica abandonada. Responde LV secamente.
_Se não é uma fabrica então o que é? Indago.
_Aqui é uma escola para especiais. Ou como nós chamamos aqui, escola pra O.S ou OS”           
_OS?
_É. É a abreviação ou sigla para ONISCIENTES SUBMUNDANOS, ou seja, nós.
_Oniscientes Submundanos?
_Sim Onisciente é derivado do mesmo adjetivo que eles usam pra definir Deus. Ou seja, aquele que conhece toda a ciência. Aquele que tudo sabe. E Submundanos da palavra Grega. Submundo que tem relação com o lugar para onde as almas/espíritos vão quando partem dessa vida para o segundo plano. Isso é claro que levando em consideração que esse outro mundo, o mundo dos espíritos ou inferno, submundo ou reino neutro e faz parte do mundo dos vivos.
 _Você esta querendo dizer que esses supostos poderes tem ligação direta com o outro mundo e com fantasmas?
_Exatamente isso.
Eu começo a ficar assustado ao ouvir essas declarações. Ainda mais o ouvindo falar de forma tão convicta. Ele realmente cria que aquilo era verdade. E eu estava ainda mais assustado por que algo dentro de mim confirmava as afirmações ditas. E mais uma vez vem a minha mente a imagem de um pesadelo que vinha me acompanhando a algumas semanas. Enquanto assustado penso sobre essas coisas que me são ditas continuamos a avançar cada vez mais pra dentro da fabrica. Ou melhor, pra dentro da escola. Daí eu quebro o silencio mais uma vez:
_O que vamos fazer, lá?
Tem certeza de que é seguro fazer isso?
_As pessoas já estão esperando por você. Eu avisei que traria um amigo comigo hoje. Na verdade poderíamos também conversar por horas pra tirar as suas duvidas, mas é bem mais rápido e fácil mostrá-las diretamente pra você.
LV abre mais uma parte e finalmente eu vejo algo extremamente surpreendente. Um bando de adolescentes entre 12 e 18 anos reunidos em uma sala de aula comum com um professor conversando com ele como se fosse uma aula normal de uma escola normal. Será que LV tinha me levado para o lugar errado. Penso. Mas ele começa a falar
_Boa tarde pessoal. Esse aqui é o O.S que falei pra vocês o nome dele é Diogo Rafael. Ele é um vidente e um usuário de telecinesia bem promissor.
Toda a sala dá um: _Bem vindo Diogo Rafael! E eu pela primeira vez na vida pareço ter sido notado por alguém que não fosse meu irmão Ronaldo. O professor era na verdade um jovem com mis ou menos a idade do meu irmão. 26 anos.. Na verdade todos eles se referiam a ele como CHEF. Acredito que talvez aquele fosse mesmo o seu nome. Mas apesar de tão jovem ele era muito respeitado.
_Diogo, você pode ficar bem a vontade tem varias cadeiras vazias você pode escolher qualquer uma delas. Estamos aprendendo hoje sobre a origem do outro mundo e como acontece a interferência entre os dois mundos, e também por que acontece isso.
Diogo é chamado por vários garotos pra sentar com ele, mas acaba sendo puxado por LV e assenta com ele e Connor. Daí o professor começa a fazer perguntas para os alunos:
_Levando em consideração as informações que temos aprendido até hoje? Um de vocês poderia dar um exemplo pra o nosso novo amigo sobre uma forma em que o submundo interfere no nosso mundo?
 Todos levantam as mãos, mas por fim Chef acaba escolhendo uma mocinha magrinha e meio pálida que sentava no fundo.    O nome dela era Rafaela ou Rafinha
RAFINHA_ Uma das formas mais comuns é através dos nossos sonhos. Muitos espíritos conseguem entrar em nossas mentes e tentam de alguma forma nos pedir favores ou ajuda pra eles mesmos ou para pessoas vivas. Muitos espíritos porem acabam perdendo a clareza na fala e as pessoas não conseguem entender muito bem o pedido e acabam se assustando como se fosse um pesadelo.
CHEF_Muito bem Rafinha. Excelente exemplo. Realmente é muito comum que haja comunicação com o submundo através de sonhos. E também é comum que tais sonhos possam ser confundidos ou se tornem pesadelos. Pra pessoas de baixa afinidade com coisas espirituais.
Nesse momento outro aluno faz uma observação. Seu nome é NED.
NED_ mas vale lembrar que esses sonhos podem acontecer com qualquer pessoa e não só com os Oniscientes Submundanos. Em geral pessoas com grande sensibilidade ou ligação amorosa com o ser Submundanos, quando esse já foi vivo. Algo que precisamos deixar bem claro porem é que só os O.S podem ter visões de alerta imediato. Ou alguém que tenha grande habilidade, mas nenhuma capacidade pra desenvolver o dom.
CHEF_ Muito bem lembrado, Ned. No entanto existem muitos relatos de visões de alertas feito por pessoas comuns. Ter uma visão, não significa possuir esse dom, o dom só pode ser reconhecido quando há repetição e com certa frequência e confirmação de fatos. E com relação a esses espíritos bons, eles não podem nos fazer mal. Então a confusão de pensamentos que transforma a mensagem em pesadelo, não vem de uma pessoa que viveu nessa terra e fez a passagem pro submundo, mas sim de um ser que sempre esteve no submundo. Um ser que odeia e por algum motivo odeia e quer assustar essas pessoas.
Finalmente eu tomo coragem e faço uma pergunta:
_Mas existe uma forma de evitar esse tipo de sonho não é? È que tenho tido um pesadelo muito frequente. E duas das coisas do pesadelo eu acho que consegui evitar, O atropelamento do meu irmão e a minha queda de um precipício. A segunda eu consegui evitar com a ajuda de Connor e LV
CHEF_ Sim. Existem técnicas de controle dos sonhos que podemos usar para evitar pesadelos ou contatos indesejados com o submundo. Mas isso também causara um bloqueio em você se você não possuir um dom relacionado aos sonhos, como o LV ou o Ned. O Ned, por exemplo, desenvolveu tão bem o seu dom que pode não só controlar os seus sonhos, mas também entrar nos sonhos de outras pessoas, como se fosse um ser do submundo com sua projeção astral.
_Entrar no sonho de outra pessoa? _Falo assustado.
CHEF_ Sim. Cada um de nós tem dons diferentes. Mas somos todos especiais e podemos ajudar as pessoas normais de diferentes formas.
Assim como LV, por exemplo, ele não pode entrar no sonho de ninguém, mas pode criar sonhos ou novas realidades enquanto as pessoas ainda estão acordadas.
_Isso o torna bem mais perigoso. Fala Ned em tom de zoação enquanto os outros alunos começam a rir da piada.
 No mesmo instante a sala fica escura e assustadora. É a resposta de LV à provocação. Ned assustado se desculpa: _ Tá, tá bom eu só tava brincando.
Chef repreende os dois com um gesto e continua falando:
_Muito bem LV vejo que você esta praticando muito LV Sua ilusão esta bem mais poderosa agora. Bem já que começamos, vamos fazer um teste comas habilidades de você e ver nhoque vocês estão precisando melhorar.
Todos os alunos concordam e ficam super-animados. Eu também fico imaginando que tipo de poderes eu estava prestes a ver. Um garoto se adianta e pede pra começar, porem Ned insiste para que eu comece. Afinal de contas eu era o convidado e era o único que eles ainda não conheciam os poderes.
Eu estava um pouco nervoso. Mas também queria mostrar pra eles do que era capaz. LV e Connor  perguntam-me se eu realmente estava preparado pra aquilo e eu mais uma vez digo que sim. Que não tinha problema, pois realmente tinha treinado em casa.
 Eu paro um pouco pra me concentrar e pego duas colheres que tinha guardado em meu bolso, enquanto isso vejo os alunos me olhando como se estivessem muito surpresos. Pego uma colher em cada mão e com aminha mente começo a tentar enverga-las. Fico ali concentrado nas colheres por uns três segundo ate que elas finalmente começam a dar sinal de que vão envergar. Ada mão direita enverga totalmente depois de algum esforço. A da mão esquerda acaba envergando tanto de maneira que quebra em dois pedaços. Enquanto isso todos continuam olhando fixo pra mim e pra as colheres com a mesma expressão de susto expressão essa que dura ate o momento em que uma parte da colher que quebrou cai no chão quebrando o silencio
Quase que instantaneamente ouço uma pequena risada que acaba virando uma gargalhada, depois duas, três, quatro, uma multidão de gargalhadas debochadas começam a ecoar pela sala. E eu sem entender nada olho para os únicos que não estavam rindo que eram Chef LV e Connor. Chef começa a repreendê-los.
Um outro rapaz e intromete, seu nome é Gustavo.
_GUSTAVO_ qual é Chef, ele veio aqui pra nos mostrar truques de circo? Hahaha, como a gente não vai rir?
Gustavo então fecha os olhos e faz alguns movimentos com os braços. As colheres começam a flutuar as luzes piscam e as portas batem daí ele fala: _Olhem sós . É um poltergeist!
As gargalhadas agora começam a ficar cada vez mais fortes e Chef já não pode detê-los pois sua voz de advertência quase não é ouvida naquela algazarra toda.
Sentindo-me humilhado eu me levanto e saio correndo daquele lugar que anteriormente me tinha sido tão incrivelmente receptivo e amigável.
Connor vem atrás de mim, mas eu não quero mais saber daquilo tudo:
_Diogo espera pra onde você tá indo? _Fala Connor ainda enquanto corremos.
_Pra a minha casa, não sei, só quero estar longe daqui, viu o que eles fizeram?
_Calma eu vi sim Foi maldade , mas você não precisas ir embora por causa disso.
_Como quer que eu fique lá? Eles acham que eu sou uma piada. O que eu fiz de errado?
_Calma! Se você parar um pouco eu posso explicar pra você
Só então eu paro e começo a escutá-lo. Apesar de ser três anos mais novo, Connor é bem maduro pra a sua idade. Desde que comecei a reparar melhor nele ,percebi o quanto ele era paciente educado inteligente e solidário.Eu tinha passado a nutrir um grande respeito por aquele jovenzinho, não havia como não parara para ouvi-lo.
Quando agente para ele respira e descansa um pouco por causa da correria, pobrezinho. Tinha sido esforço demais para aquela s perninhas pequenas. Ele toma fôlego e continua.
_Eles não estavam rindo de você . Na verdade estavam rindo da sua demonstração.
_Grande consolo... Ajudou muito... Valeu mesmo ... Fez uma grande diferença.
_É que você não me deixou terminar , muitas pessoas realizam isso de entortar a colher. Mas existe um macete pra entortar elas mais rápido, então existem muitos charlatões realizando esse truque, não é nada pessoal.
_Mas eu olhei na internet e...
_Olha não dá pra acreditar em tudo que você vê na internet. É por isso que nós nos reunimos sempre que podemos pra compartilhar o que aprendemos a cada dia.
_Mas eles ... Eles riram de mim... Eu não... Com que cara vou voltar pra lá?
Nesse momento chega LV que fala:
_Com a mesma cara que você tem aparecido todos os dias na escola. Com um bando de pessoas que não te respeitam ou se quer te dão a mínima atenção. Pessoas que não te conhecem nem sabem o teu potencial.
Ouvir LV falar aquilo foi algo que realmente me revigorou. Eu sabia pouco sobre ele, Mas ele sempre pareceu tão forte, tão seguro. Na verdade não era a primeira vez que ele me elogiava, e dizia ter plena confiança em mim no desenvolvimento do meu dom. Mas naquele dia foi diferente, Ele realmente estava depositando todas as suas fichas em mim. Eu não sabia o que falar então só falei isso:
_LV ,eu... Eu...
_As pessoas aqui ainda não te conhecem, elas não sabem o quão bom você pode se tornar, nem você. Desde quando te vi eu senti algo de especial em você, algo diferente. Uma força poderosa. Depois disso com a ajuda do Zorã, eu só confirmei que você era um grande OS. Como só conheci outro igual dois anos atrás . O Zorã nunca se enganou sobre nenhum O.S que tenha nos indicado
_Zorã? Quem é esse Zorã? Pergunto.
_É o coelhinho dele. Na verdade o Zorã tem algumas pedras preciosas que ajudam a detectar outros especiais, mas só funciona quando nós dois combinamos nossos poderes. Responde Connor.
_Então é por isso que você sempre carrega esse coelho esquisito para todo lugar que vai.
_O Zorã não é esquisito! Esbraveja LV: _Tá, foi mal, mas bem ... Você já tem 15 anos e...Bem um bichinho de pelúcia e...
_Connor muda de assunto e quebrar a situação extremamente rara e constrangedora.
_Vamos voltar pra aula então ? Quero saber mais sobre como acontece a interferência do submundo no mundo dos vivos ver se alguém teve uma experiência interessante essa semana
_Depois de um tempo em silencio decidimos todos voltar pra a sala. Quando chegamos lá todos estão sentados com uma expressão de arrependimento ou agindo como se estivessem envergonhado. Na verdade depois da aula muitos deles vêm a mim pra pedir desculpa pelo ocorrido. A
A aula a partir de agora ocorre normalmente. Bem tão normal c=quanto pode ser uma aula em que os alunos possam criar fogo ou quebrar pesados objetos só com o poder da mente. Tirei muitas duvidas esse dia.
Enquanto estive fora não sei o que LV falou pra os outros, que s fez se sentirem tão constrangidos e arrependidos, mas pela forma que eles o olhavam dava pra ver que ele fora o causador daquele digamos “recomeço.” Apesar disso eles não estavam irritados com ele ou comigo. Realmente só queriam por um ponto final no que se passar e recomeçar do zero. Eu não sabia realmente o que fazer para agradecer por aquilo que ele fez e palavras não me pareciam o bastante pra expressar meus sentimentos e gratidão. Então quando nos despedimos fiz a única coisa que talvez pudesse demonstrar um pouco do que eu sentia. Abracei-o e disse : _ “Obrigado amigo.”



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